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O Kendrick Lamar lançou um clipe pra "DNA."

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O Don Cheadle pode fazer qualquer coisa. Você já o viu roubar o Casino mais seguro de Las Vegas. Você já o viu interpretar o Miles Davis. Mas você nunca viu algo tão incrível quanto sua última performance, que é rimar "DNA.", do Kendrick Lamar, talvez a faixa mais representativa do maravilhoso todo de seu novo disco DAMN

Cheadle estreou o clipe num tweet, e você pode assisti-lo abaixo: 


Em São Paulo, o percussionista do Kamasi Washington sofreu um enfarto no palco

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Foto: Facebook.

Fui com a minha namorada passar o final de semana em São Paulo. A gente é do Rio e uma das razões para irmos era o show do Kamasi Washington, no Nublu Jazz Festival, no Sesc Pompéia. Não tínhamos ingressos, mas conseguimos entrar graças ao bom coração de terceiros (agradeço novamente ao tiozinho gente fina que botou a gente pra dentro).

Entramos na choperia assim que o show do Saul Williams acabou. Estava quente pra cacete lá dentro, mas nos sentimos como em qualquer inferninho da Lapa carioca. A banda de Kamasi se posicionou e começou o estupor coletivo. O público parecia hipnotizado pelo som produzido. A presença de Kamasi se confundia com a de uma entidade, pelo seu tamanho, expressão e liderança exercida no palco.
Durante o show, cada músico tinha um momento de solo para brilhar e destilar todo o talento. Já pela metade da apresentação, Leon Mobley, da percussão, usou os braços como uma metralhadora ritmada.

Leon tem 53 anos e já trabalhou com músicos como Ben Harper, Damian Marley e Nas. Ele pareceu tocar por vários minutos, impossível dizer precisamente o quanto. Logo após acabar sua performance, saiu cambaleante do palco. Na hora, foi possível perceber um semblante preocupado dos demais músicos, principalmente em Rickey, flautista e pai de Kamasi. 

Nesse momento, voltamos ao chão. Kamasi dedicou a próxima música a Leon, The Lion. Fomos pegar uma cerveja e percebemos certa agitação da equipe de produção. Logo, Leon foi levado em uma cadeira de rodas para fora da choperia. Haviam chamado uma ambulância pra ele. De forma otimista, pensamos que ele tinha tido uma queda de pressão, por conta do calor e do esforço físico. Estava quente pra cacete mesmo. Mas sua expressão assustada ao passar, nos deixou preocupados. No dia seguinte, mandei uma mensagem ao Sesc, que confirmou o enfarto do músico, internado no Hospital São Camilo, Pompeia. Segue a nota:

Paciente Leon Lewis Dobly deu entrada no hospital São Camilo com quadro de infarto agudo do miocárdio de parede lateral ontem à noite. Realizado angioplastia primária e implante de stent farmacológico em artéria marginal esquerda com sucesso. Boa evolução no pós-infarto e permanece internado em unidade coronariana com monitorização cardíaca e observação. Dr. Humberto Freitas CRM 51333.

Leon precisou fazer uma angioplastia e colocar um stent no coração. Segundo a equipe do Sesc, ele passa bem e vem se recuperando do susto. O Hospital São Camilo e o Sesc confirmaram que o paciente já recebeu alta. Desejamos uma ótima recuperação ao Leon e que em breve possa voltar aos palcos para mais percussões incendiárias.

Um papo com Oz Guarani, o primeiro grupo indígena de rap de São Paulo

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No último mês, visitei as aldeias Tekoa Pyau e Tekoa Ytu, ambas comunidades indígenas localizadas no Jaraguá, zona oeste de São Paulo. As aldeias de lá abrigam mais de 200 famílias, que moram em casas bem simples, de pau a pique ou cimento. Lá, a comunidade indígena se assemelha a muitas outras comunidades em que estive. Crianças brincam e dividem o espaço com inúmeros cachorros. Velhos, jovens e crianças conversam descontraídos, quase nem sempre se importando com quem passa à sua frente. Mas sempre tem aquele funk ou hip-hop tocando em um celular na esquina.

Outras semelhanças vão aparecendo e logo penso que esta poderia também ser a minha comunidade. Fico pensando, talvez exista algo incomum nesta aldeia em relação ao local em que vivi durante certo tempo da minha vida? Logo percebo que sim: São os índios. Somos diferentes, eu sei, mas nem por isso eu vou deixar de me sentir próximos a eles. Foi seguindo este pensamento que fui novamente às aldeias na última semana para conversar com os índios e saber um pouco mais sobre o cotidiano de lá. Para me ajudar nessa conversa conheci dois jovens, Jefinho e Mano Glowers, moradores e cantores de rap da região. Eles fazem parte de um dos primeiros grupos de rap indígena de São Paulo. Eles são o Oz Guarani.

Jefinho. Foto: Weslei Barba.


Na ponta de uma flecha, rimas rápidas são misturadas em versos e transformadas em relatos do cotidiano indígena. No comando deste arco, índios guarani utilizam o rap para expor as desigualdades que enxergam em sua comunidade e aproveitam para chamar a atenção da sociedade na luta por direitos e igualdade entre os povos. "A gente começou há dois anos durante uma ordem de reintegração de posse solicitada judicialmente. Foi durante este tempo, indo em protestos e assembleias, que me aproximei do Mano Glowers e do Vlad Macena. Decidimos escrever uma carta para mostrar para a sociedade o que estávamos passando naquele momento. Foi aqui na aldeia Tekoa Pyau que a gente começou a rabiscar essa carta que futuramente se transformaria na primeira letra de música do grupo", diz Jefinho. A música em questão é "Guerreiro da Aldeia Jaraguá", e exalta a sobrevivência de grupos indígenas relatando as dificuldades que os jovens passam em seu cotidiano.

Os caras contam quais são as suas maiores referências musicais e porque escolheram o rap como linguagem. "Escutamos desde pequenos muitos rappers de fora, entre eles Sabotage, Facção Central, Racionais MC's. Tivemos a ideia de fazer um rap falando de resistência indígena, do cotidiano nosso. A gente sabe que o rap não é uma moda. Acreditamos que o rap é um protesto e uma chance de você relatar todos os seus problemas. O rap é uma oportunidade de se soltar mesmo. Foi uma libertação para nós", comenta Jefinho.

Mano Glowers em sua casa. Foto: Weslei Barba.

Uma freada brusca interrompe a nossa conversa por um instante. Lembro que estamos próximos da rodovia dos Bandeirantes. "Olha isso acontece sempre, é um barulho constante, dia e noite, carros atrás de carros. No início, era só mato e as nossas aldeias ao redor. Hoje infelizmente temos essa rodovia como vizinha. Ela só nos trouxe poluição e doenças para o nosso povo" comenta Jefinho. Quando volto a me virar para recomeçar a conversa, penso que o clima naquela estrada era outro, mais caótico, poluído e barulhento. Viver próximo a uma grande rodovia não deve ser fácil, veículos constantes levando fumaça direto para aldeia ou até mesmo atropelamentos são problemas permanentes entre os guaranis. Jefinho também diz que já perdeu amigos guaranis, que morreram ainda na adolescência. "Nosso sonho pro futuro é que o grupo possa um dia cantar sobre outros temas, como letras onde crianças brincam com sarabatana, arco e flecha, pescam nos rios ou sobre nossa cultura e identidade indígena."

Morador da aldeia Tekoa Pyau. Foto: Weslei Barba.

A pouca infraestrutura da aldeia é análoga às condições de produção do jovens rappers. Felizmente eles contam que possuem alguns parceiros. Pessoas de outros cenários culturais são responsáveis por oferecer ajuda como transporte, caixa de som, microfones e mesa de DJ. Porém, não é sempre que essa santa ajuda acontece. "A gente não tem uma produção grande, somos independentes e corremos atrás das coisas. Mas a vida indígena é conhecida pela sua capacidade de luta e resistência. Foi através da arte que a gente conseguiu enxergar outro caminho. A partir disso percebemos que estávamos representando a nossa comunidade e as nossas crianças através da música. A nossa voz no rap é muito importante para que a sociedade possa entender o que a gente está passando", conta Jefinho.

Foto: Weslei Barba.

Jefinho explica que se alguém de fora vem para aldeia e diz que está procurando os meninos do rap a comunidade já indica os caras facilmente. "Ficamos felizes com esse reconhecimento da comunidade. A vida do indígena nunca foi fácil mas é com essas pequenas conquistas do nosso cotidiano que encontramos mais energia pra continuar lutando e cantando", mas só reconhecimento não enche barriga.

"Nosso grupo não ganha dinheiro se apresentando. O que a gente procura mesmo é que a sociedade escute a gente e também saber como os indígenas estão enfrentando essas leis de não indígenas. Não pensamos em dinheiro ou em materiais não indígenas. Só queremos quebrar esses preconceitos e desrespeitos que a gente vive enfrentando. Mas é comum ver pessoas que chegam na aldeia oferecendo infraestrutura pra gente e na hora do vamo vê os caras somem e deixam a gente na hora de que mais precisamos", explica Jefinho. O grupo diz que precisa de beats para produzir novas músicas. "A gente não tem um DJ acompanhando os trabalhos e com isso a gente pega os beats gratuitos da internet. Seria bom ter um DJ com a gente, para ajudar na construção do trabalho. Ter a nossa própria base de beats é muito importante."

Abaixo, mais imagens do Oz Guarani.

Casa do Jefinho. Foto: Weslei Barba.

Foto: Weslei Barba

Jefinho e Mano Glowers chegando na aldeia. Foto: Weslei Barba.

 

Foto: Weslei Barba


Cachimbo de fumo de corda. Foto: Weslei Barba.

Mano Glowers. Foto: Weslei Barba.

Siga o Oz Guarani no Facebook e ouça os sons no Palco MP3.

Polysom fala sobre o mercado de vinil no Brasil no Record Store Day

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O auê da "volta do vinil" na mídia parece até ter passado um tanto desde seu auge em 2015, mas os números das bolachas continuam a crescer mundialmente. Segundo o relatório de fim de ano da Nielsen, as vendas de LPs nos Estados Unidos aumentaram pela décima primeira vez consecutiva em 2016. No Brasil, esses números são difíceis de determinar, mas o surgimento de uma nova fábrica e as movimentações em selos nos levam a acreditar que o mercado de vinil também anda agitado por aqui.

Nesse contexto, o Museu da Imagem e do Som realiza nesse sábado (22) a terceira edição do Record Store Day no Brasil, que em 2017 completa dez anos de existência mundialmente. Além de uma feira de discos, vendas de vitrolas e oficinas de DJ, o evento conta com palestras e rodas de conversas com grandes nomes da indústria fonográfica — entre eles João Augusto, proprietário da (até o momento) única fábrica de discos de vinil no Brasil, a Polysom.

A palestra tratará da história e particularidades da fabricação de LPs no Brasil — em que a Polysom, que abriu as portas em 1999, foi desativada em 2007 e, em 2009, comprada pela Deck Disc e reaberta, figura como protagonista. "[Vou] contar a história dessa reabertura, o que a gente passou até começar a produzir vinil de qualidade — eu tive que viajar o mundo inteiro pra ver como que é, me inteirei muito de movimento e de como se fazia um vinil, da parte industrial mesmo — e também de como anda o vinil no mundo hoje, tanto em números de vendas quanto de fabricação", diz João. 

Desde que foi reativada, a aparente principal força motriz da fábrica tem sido a série Clássicos em Vinil, que só em 2016, relançou em LP álbuns como Clube da EsquinaTudo Foi Feito pelo Sol dos Mutantes e os álbuns homônimos de Tim Maia. São hoje mais de 70 discos clássicos lançados. Segundo João, porém, o sucesso não se reflete nos números. "A rentabilidade [dos Clássicos] é muito baixa. Pagamos valores de direitos autorais muito altos", destaca o CEO, que conta que o lançamento dos clássicos é importante por seu apelo midiático.  

João acredita, porém, que a Polysom deu uma nova força aos LPs no país. "Há 20 anos não tinha fabricação no Brasil, então os poucos vinil que você via aqui eram importados, ou feitos à mão. Hoje, com a fábrica no Brasil fabricando 150 mil discos por ano, já há um mercado que foi causado pela Polysom." 

A palestra do João acontecerá no sábado às 17h. Veja o restante da programação do Record Store Day no site do MIS

Como foi o Burning Man judaico

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A Rua Pushkin foi transformada num bazar sagrado e está lotada. Só se vê chapéu peludo atrás de chapéu peludo, alto-falantes gritando a chance de salvar sua alma, e você pode compartilhar o pão ou simplesmente dançar, dançar e dançar com a música extática proclamando a grandeza eterna de Deus – e de Rebbe Nachman.

Se quer ter a chance remota de chegar ao balcão das barraquinhas improvisadas de falafel ou shawarma, atendendo as dezenas de milhares de peregrinos que acabaram de chegar, você tem que passar por um mar de gente acenando shekels, dólares e grívnias, como se fosse uma promoção de latão a 2 reais numa festa de rua. É uma selva aqui, na véspera do Rosh Hashaná, o Ano Novo judeu, em Uman, Ucrânia, o local do descanso final de um mítico rabino hassídico do século 19 conhecido como Rebbe Nachman de Breslau (no hassidismo, "rebbe" é um termo carinhoso para "rabino", mas também conota forte liderança espiritual). Nachman prometeu redenção a todos que visitassem seu túmulo, e há mais de 200 anos, a sua sepultura tem sido um ponto de peregrinação fervorosa para judeus do mundo todo. Na última década, às vezes o clima se torna carnavalesco, com fileiras de seguidores de Nachman, hassídicos de criação religiosa tradicional, cheias de ex-viciados, antigos fãs do Phish, criminosos reformados e alcoólatras em recuperação. A língua principal aqui é o hebraico, mas você ouve inglês, francês, iídiche e russo. Os únicos falando ucraniano são os locais, que podem entrar na Rua Pushkin se provarem que moram ou trabalham na área, uma medida que visa, provavelmente, evitar a lotação do lugar, mas também a violência entre a população nativa e as dezenas de milhares de turistas religiosos. Como resultado, os ucranianos são a minoria da festa, mas não são os únicos tipos raros de pessoas, já que os peregrinos são todos homens. Aqui e ali você nota cartazes em hebraico colados em postes e muros da sinagoga: é proibido a presença de mulheres onde há grande concentração de homens!

Leia o restante da matéria na VICE.

Celebre a cultura canábica com a playlist ‘4:20’ da ONErpm

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A rapazeada da ONErpm criou para esta tão cheirosa quinta 20 de abril a playlist "4:20". Quem tem dedo amarelo já matou a charada, mas pra um cabaço ou outro eu explico; 20 de abril, na gringa, é 4/20, uma data internacional que celebra a cultura canábica. Sendo assim a Noisey me recrutou pra ouvir tal playlist em primeira mão e pôr minha opinião na roda pro bonde. Vamos lá, com 52 sons, sendo metade nacionais e metade gringos, a seleção não inclui apenas composições literalmente herbífumas, mas também faixas menos óbvias de artistas que hoje em dia são praticamente sinônimos de maconha, como por exemplo "Jammin" de Bob Marley e "Johnny B Goode" de seu colega Peter Tosh.

Com as faixas nacionais não é diferente. Odes à diamba se revezam com seleções menos óbvias. Do alto da minha sabedoria posso atestar que, diferente de vários MCs que pagam de maconheirão nas letras e na real ficam só naquele entre e sai no banheiro do camarim, os manos do Cidade Verde Sounds realmente fazem jus às suas resinadas canções, tanto que são figuras obrigatórias nos encontros do Growroom, e seu hit "Plantando Ganja" é um hino dos jardineiros de apartamento que seguem a filosofia "Não compre plante".

Outro que já fez presença num desses enfumaçados eventos é o catarinense Eltin, autor do hit "País da Ganja", com rimas fumetas pra cada estado. A ocasião foi na copa Growroom Floripa em 2012, quando Eltin ficou superchapado e esqueceu parte da letra do hit, culpando por isso alguém que ele chamou de "Sandy" (na verdade, um baseado de 30cm da Cepa "Cindy 99", sativa, cítrica e inesquecível). A "4:20" ainda explana outros monstros fumegantes como Filipe Ret, Cone Crew, Rael e Oriente além dos ícones brenfísticos B.Negão e Black Alien (cada um destes com merecidos três sons). Fiquei só sentindo falta de Marcelo D2 ou do Planet Hemp, que, inclusive, recentemente upou todos seus álbuns pra grande rede.

Descobrir novos sons é uma das paradas mais bacanas do Spotify, e, pra mim, uma das "novidades" que chamou minha atenção desta vez foi a levada Raggamuffin de "Proceder", do Amanajé Sound System em parceria com o produtor Jeff Boto do Dubatak. Ainda na vibe sound systems brazucas temos o carioca Jeru Banton com "Nos porcos não crescerão asas", um hit das festas itinerantes do Digitaldubs. A lista segue surpreendendo ao fugir do óbvio, incluindo um peso de tracks latinas. Vale a pena prestar atenção em "High" dos Venezuelanos Rawayana e Apache, o G-Funk "Chingo de Cheve" do mexicano Millonario e a hipnótica cumbia eletrônica colombiana "Bye Bye" dos colombianos do CERO39.

Mas como o mundo não é perfeito, rola também na playlist aquele momento "quebra brisa", com "Parça da Erva" do Supla, que causa irreversível vergonha alheia. Ok, já me disseram que o papito é gente boa e no assunto Brasília fecha mais com o pai que a mãe, mas são três minutos de trocadalhos mais infames que os desta matéria. Minha sugestão é que se você não for usuário premium segure seus "skips" pra essa, ou aproveita os minutos pra laricar aquele um feijão frio com leite condensado na geladeira.

Legalize já:

Advertência:

Fumar, plantar, transportar ou comercializar maconha ainda é ilegal no Brasil. Tal proibição ceifa vidas e encarcera milhares de jovens periféricos todos os dias. Você que não acha isso legal pode fazer a diferença indo às ruas no dia 6 de maio, data em que milhares de cidades no mundo se manifestam, informe-se na página da Marcha da Maconha Brasil .

Todos os seus vídeos de gatinho preferidos estão no clipe do Aeromoças e Tenistas Russas

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Você diria que há algo melhor na vida que ver vídeos virais de gatinhos? Não, né? Nós também não. A banda Aeromoças e Tenistas Russas, quarteto instrumental de São Carlos (SP), provou, porém, que há algo melhor que ver vídeos virais de gatinhos, e é ver vídeos virais de gatinhos cantando e discotecando numa balada.

O clipe de "Russian Cat Party" foi criado a partir de montagens, edições e colagens de vários vídeos preciosos que o grupo achou na internet. "Hoje em dia, você soltar só o link de uma música não é tão eficaz quando soltar o vídeo. Como a gente não ia poder produzir imagens e gravar como seria ideal, decidimos trabalhar com vídeos virais da internet. Mudamos um pouco essas imagens, misturamos com outras, aplicamos texturas e efeitos, e trabalhar na edição pra eles terem mais a ver com a música", conta Gustavo Palma, tecladista do grupo.

Leia o restante da matéria no THUMP.

Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #25

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Dae lindãos.

Segunda semana com feriado, hein bebê? Muita loucura, muita alegria para esse povo sofrido que só quer tomar uma geladinha em paz.

SOBRE OS LANÇAMENTOS DESSA SEMANA: uma bosta. Tudo. Geral. Merda. Cocozitos. Papo sério. Se quiser saber quais artistas que lançaram coisa nova essa semana e ver se tem um ou outro que você tenha mais curiosidade em ouvir, aí beleza, ouve a playlist, vê os discos, etc. Se não tiver tão curioso assim, é mais jogo você ir pra home da Noisey e ver as matérias que tem pra ler. Ver uns documentários. A galera gosta muito dos docs com selo Noisey de qualidade.

Aí semana que vem cê volta. No mínimo tá programado pra ter single novo do Cornelius.

Agora, daqui pra baixo é por sua conta e risco.

----AS BEM ZUADAS DA SEMANA----

Whindersson Nunes - "Dieta pra quê"
É o DJ Perera original. Porém muito sem graça. Já viu Comida dos Astros? Se viu, é mesma merda. Se não viu, é mesma merda. Não veja.

Todd Rundgren - "This Is Not a Drill"
Todd Rundgren chamou as guitarras virtuosissíssimas do Satriani e o resultado ficou UMA BOSTA.
Permitam-me ressaltar: UMA BOSTA.

Fernando & Sorocaba - "Luzes de São Paulo"
Uma baladinha bem fraquinha bem ruinzinha. Confesso estar decepcionado agora.

Michel Teló - "Hoje Tem"
Uma música que só tem um violão. SÓ UM VIOLÃO. Não tem bateria, não tem sanfona, não tem porra nenhuma além de um violão. Pra que fazer isso, pelo amor de Deus?! Empolga zero. (Obs.: Eu gosto muito da forma que ele fala "turrrma").

Lana Del Rey - "Lust for Life"
É uma música que eu acho bem Lana Del Rey. E sinceramente essas músicas bem Lana Del Rey eu acho chatinhas.

Papa Roach - "American Dreams"
Os cara tão nessa até hoje, acredita? Mesmo som de sempre.

Thaíde - "Stilo"
Isso é trilha de peça publicitária? Se for, ok. Se não for é apenas uma música chata.

----AS QUE PUTZ ATÉ OK VAI DA SEMANA----

Borgore - "Help"
Esse é o da treta lá do Multishow né? O som é uma batida trap até que aceitável de trilha de vídeo de meme de 2013. A letra nem prestei atenção. Deve ser tonto.

RZO - "Destinos"
Um bom rap ae. Base eletrônica, batidinha ok.

Manu Gavassi - Manu
Um pop meio que Anitta meio que Calvin Harris brasileirinho. Produção achei aceitável, vocal já não achei tanto assim. Por mais de uma vez deu a impressão de estar ouvindo uma música que já tinha tocado.

MØ - "Nights With You"
Pop de FM até que boazinha. Mas bem padrão de pop de FM.

Maluma - "Felices los 4"
Reggaeton de boa qualidade pra sua playlist de pop latino.

Pabllo Vittar - "K.O."
Longe de mim querer ser o Arnaldo Saccomani do rolê, mas deixa eu falar qual que eu acho o problema de #diretriz aqui. Se você tem uma voz ou estilo de cantar diferente do comum, por que então já não faz um som (minimamente) diferente do comum? Porque se vai fazer essa produção padrão de arrocha vai ser só uma música com alguém que canta engraçado. Essa música é uma música bem feitinha só que com alguém que canta engraçado.

Incubus - 8
Anos 90 chegando fortão aqui. Eu não era muito interessado naquela época, o que dirá agora. Mas quem curtia acho que pode dar uma chance pra esse disco sim.

Bruno & Marrone - "Duele Más"
Eita nóis. Uma mistureba de reggaeton com sertanejo com sei lá o que. E o espanhol de quem não fala espanhol. No fim das contas é ok pois cantam demais.

Naldo Benny - "Embaçar o Vidro"
Bom. Podemos definir oficialmente que o Brasil perdeu o controle sobre o reggaeton e ritmos pop latinos. O que eu não sei ainda é se praticamente todo artista começou a gostar desse estilo de uma hora pra outra, ou se acham que isso é porta de entrada pra carreira internacional. De qualquer forma, é um momento que começa a ficar preocupante para a música pop brasileirinha.

Rise Against - "The Violence"
Essa semana tá foda. Rock pesadinho anos 2000. Bem do apenas ok.

Damian Marley - "Medication"
Manjo essa #medication aí dos cara. É boazinha a música, sim. Mas nada também que "meu Deus que reggera top". Isso não.

MC Leo da Baixada - "Rasgando a Madrugada"
Som Livre, é? Que loucura. Bom, tá com uma produção bem boa, meio que indo pras trapzera. Som aceitável.

Lady Gaga - "The Cure"
O som não tem muito a ver com o último disco, mas tem bastante a ver com todos esses pop de FM que tá saindo bastante ultimamente. Então podemos tar pulando essa música.

Pond - "Paint Me Silver"
Esperava bem mais quando ouvi o início da música, mas é no máximo um indie okzinho.

Maximo Park - Risk to Exist
Bom, o que eles tinham de melhor pra mostrar já mostraram antes com singles. Sobrou o discopunk anos 2000 que a gente já tá ligado qual que é. Cai nessa quem quer.

Tamy - Parador Neptunia
Muito do bem produzido, os arranjos todos pá, a mina canta bem. Pero, com certeza, não é a minha. Nova MPB, às vezes em espanhol, às vezes ritmo mais latininho, as vezes mais BOSSA LOUNGE.

----O MELHOR QUE EU CONSEGUI PRA ESSA SEMANA AÍ----

The Afghan Whigs - "Arabian Hights"
Putz ó. É ok. Boa BOA não é não. É OK. Não pretendo voltar a ouvir. Quando chegar o disco mesmo eu pulo essa.

Knaladeus - "O.L.G.A."
Rap que eu gostei bem da batida e do ritmo do cara cantando. Pra mim basta.

Hammerhead Blues - Caravan of Light
Bom disco de rock #tradiça, praqueles cara que chora que a música acabou e só ouve rádio classic rock. Músicos bem bons, riffzão #nervoso de guitarra, essas pegada.

Sheryl Crow - Be Myself
Um bom disco no nível dos outros bons discos de pop-country da Sheryl Crow. Não é o melhor, mas é bonzinho de ouvir também.

Kraftwerk - "The Robots (3-D)"
Não costumo comentar remixes ou relançamentos aqui, porque não configura bem #lançamentos. Mas meu Deus do céu QUE SEMANA RUIM DE MÚSICAS. Vamo de remix então.

Kate Nash - Agenda
EP de musiquinhas bem Kate Nash mesmo. Suavinho de se ouvir.

Sean Paul - "Phone Flash"
Batidona bem boa de se ouvir. Ou talvez seja porque os lançamentos estão uma porcaria. De qualquer forma, gostei dessa.

Paramore - "Hard Times"
Pop-punk até que bonzinho bem pra cimão. Prefiro eles emo.

Guig Ghetto - O Swing Que Você Respeita
Disco de pagode baiano que a vontade que deu foi abraçar e agradecer por deixar meu dia menos BOSTA por ter ouvido tanta música meia bocaça. Parei nele, não ouvi nada depois. Não deixarei a indústria musical prejudicar o meu feriado.


Ouça duas novas faixas do Frank Ocean

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Sabe quando você passa quarenta minutos esperando o ônibus e, de repente, passam três seguidos? No caso do Frank Ocean, nós esperamos por quatro anos de silêncio absoluto e, depois do lançamento de Blonde, o cantor começou a soltar faixas quase toda semana. 

Depois de "Chanel" e "Biking", com o Jay-Z e Tyler, the Creator, o cantor lançou mais duas faixas nesses últimos dias. Em seu programa BLONDED da BBC Radio 1, ele tocou uma playlist que tinha de tudo, de Budgie a Playboi Carti a BABYFATHER e Boards of Canada. No fim do programa, ele tocou a nova faixa "Lens", com participação do Travis Scott. Hoje de manhã, ele fez o programa de novo e, junto com faixas do Holy Ghost e Suicide, ele tocou uma nova versão de "Slide On Me", faixa do ENDLESS, dessa vez com participação do Young Thug

Ouça as duas faixas abaixo e, depois delas, confira a playlist dos sons que o Frank toca no BLONDED.

Não seja idiota, evite a surdez parcial causada por festivais indie

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Imagem via.

A grande maioria de nós não usa protetores auriculares em shows e provavelmente não seremos amaldiçoados com problemas de audição, mas com base nas estatísticas por trás da perda de audição induzida por ruído e o volume brutal de um show comum, está claro o risco que corremos. Afinal, a principal causa da perda de audição é barulho em volumes altos. Para alguns, tais riscos levam a consequências seríssimas: Joey Belanger, jovem de 25 anos residente de Vancouver é um dos exemplos disso. Desde os 18 anos ele ouve um zumbido constante e tem dificuldade em escutar alguém que não está bem na sua frente. Ele atribui isso à exposição a música em volumes altíssimos em shows e ao fato de ter tocado em uma banda na adolescência. Hoje, fazer alguma dessas coisas virou tarefa impossível para ele.

"Não posso mais ir a shows", disse Belanger "e se vou ao cinema, meus ouvidos zumbem ainda mais, então evito até isso e assisto filmes só em casa mesmo". 

Não é preciso se esforçar muito para encontrar fóruns lotados de gente lamentando perda de audição ou tinnitus (em português, acufeno ou tinido) após anos indo a shows sem usar protetores. É de se compreender, afinal você está empolgado com o que vai rolar e não está lá muito preocupado com esse tipo de coisa. Claro que o som é alto, mas geralmente não é tão alto assim, né?


"Não seria maravilhoso se saísse sangue da sua orelha quando sua audição sofre algum dano?" questiona o Dr. Marshall Chasin, fonoaudiólogo de Toronto e autor de Hear the Music: Hearing Loss Prevention for Musicians. "Seria tão óbvio", diz. "Mas como a perda de audição induzida por música alta é gradual e invisível, fica complicado educar o público."

Shows em geral atingem de 100 a 120 decibéis. Na casa dos 110, danos podem ocorrer após dois minutos de exposição. Um estudo revelou que apenas 8% daqueles que contavam com protetores auriculares sofreram perda de audição após exposição a estes níveis contra quase 50% daqueles que não usaram proteção alguma. Chasin explica que ao passo em que a perda de audição pode não ser perceptível até os 40 ou 50 anos, o tinnitus pode surgir cedo e piorar com o tempo. (Aqui um exemplo de como soa o bendito tinnitus, caso você esteja curioso.)

Bradley Waitman, jovem de 19 anos do Alaska, tem tinnitus; ele raramente ia a shows por conta de onde mora; no seu caso, ele culpa a música alta ouvida em fones de ouvido por horas a fio ao longo do dia. De acordo com especialistas, millennials correm maior risco por conta de maior exposição ao "ruído recreativo" de shows e boates e também por conta do tempo que passamos ouvindo música em fones.

"Quando percebi, fiquei putíssimo por ter sido irresponsável comigo mesmo, me machucando de forma irreversível, então fiquei bastante recluso. Não aceitava o fato de que jamais poderei viver o silêncio ou ouvir música sem me preocupar", disse Waitman. "Escuto bem menos música hoje. Me recuso a usar fones ou ir a shows porque fico paranoico demais quanto à piora de minha condição. A música tem menos graça agora. Nunca me relaxa por conta da preocupação em danificar minha audição novamente e isso me lembra que ela nunca mais será a mesma."

Mais e mais casas oferecem protetores de ouvido grátis ou bem baratinhos, o que pode dar maior visibilidade a cuidados com a audição, tornando-os parte da experiência de um show e servindo como um prestativo lembrete para quem deixou os protetores em casa. Geralmente, os protetores oferecidos nestes locais são de espuma, cuja sensação é a mesma de meter o dedo no ouvido — ou seja, eles bloqueiam a maior parte dos agudos e fazem tudo parecer meio embolado – mas é melhor que nada. Se você vai a shows frequentemente ou faz questão de ouvir tudo como deveria, há muitas outras opções razoáveis de protetores projetados de forma a preservar a fidelidade do som ao mesmo tempo em que equilibram o volume. Listamos aqui algumas opções: ER-20XS, DUBS, Earasers, V-MODA Faders VIP e LiveMus!c HearSafe.

Caso você queira investir mais, uma boa seria ir a um fonoaudiólogo e arrumar uns protetores feitos especificamente pra você.

"É motivo pra se preocupar, mas não vou exagerar: não temos uma ou duas gerações de amantes de música surdos por aí, só um número levemente acima da média", afirma Chasin. "Creio que seja questão de hábito. Caso as pessoas se acostumem a separar uns protetores — quaisquer que sejam — e jogarem na bolsa ou bolso antes de ir a um show, as coisas irão melhorar".

Siga Adam Feibel no Twitter.

Tradução: Thiago "Índio" Silva

Ouça o novo som do Raffa Moreira com o Rincon Sapiência

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Foto via Instagram

No começo do mês de abril, o Raffa Moreira assistiu um documentário sobre o Che Guevara e teve quase uma experiência extra-corpórea ao se descobrir Guapo Raffa, mudando, mais uma vez, de nome artístico. Com a mudança veio a promessa de uma nova mixtape — a segunda do rapper de Guarulhos nesse ano, depois de Raw Raw Emo

A primeira faixa da mixtape foi lançada hoje e se chama "Guapo", com participação do Rincon Sapiência. Já há algumas semanas, a dupla têm postado vídeos e fotos um do outro no Instagram e dando dicas de que estariam gravando um som juntos. Juntos, os rappers soltam versos sobre estilo e roupas por cima do "trap tropical estilo acapulco" enquanto Raffa solta provocações à Supreme ("Eu não uso marca de skatista branco"). Ouça abaixo:

A Desmonta celebra 10 anos de existência ranqueando os 11 discos mais importantes do selo

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O selo Desmonta completou em 2017 dez anos de serviços prestados à música alternativa. Para marcar a data, temos aqui a première digital de uma coletânea que serve de aperitivo para os lançamentos comemorativos em k7. No formato físico, são, ao todo, cinco splits, com somente dez cópias cada. Nos splits figuram as seguintes parcerias: Kiko Dinucci vs Valério's, Mundotigre vs MNTH, Paulo Dandrea vs Psilosamples, Toti vs Leila e Edgar vs Tildaflipers. Os encontros dão uma boa amostra do perfil da Desmonta para quem está conhecendo o trabalho do Luciano Valério, o responsável pela iniciativa, somente agora, ao mesmo tempo em que celebra o fechamento de um ciclo repleto de ótimos frutos sonoros.

"A maneira como eu encaro o selo é praticamente a mesma", diz Luciano, como que fazendo um balanço de tudo o que rolou. "Ainda curto muito a ideia de trazer músicos que admiro. Pessoas ou projetos que não conseguia imaginar um dia estando por aqui, compartilhando do meu dia a dia, família, amigos, etc. Foi assim com o pessoal do Lungfish (Daniel Higgs, Asa Osborne e Nathan Bell), do Sonic Youth (Lee Ranaldo e Steve Shelley), Fugazi (Joe Lally), entre muitos outros que vieram e virão."

Além de trabalhar com artistas nacionais, a Desmonta lança algumas coisas de fora com passagem pelo Brasil, tipo Why Should I Get Used to It, do Joe Lally, em parceria com a Dischord Records (EUA); Variations, do Zomes (Asa Osborne, do Lungfish); Viv, do Daniel Higgs (Lungfish); Rain Music, do Nathan Bell (Lungfish); e Zony W Pracy, do LXMP. "Um lance legal de trabalhar com lançamentos do pessoal de fora é que boa parte desses discos também acaba ficando por lá para ser distribuída na Dischord, Thrill Jockey (EUA) e Lado ABC (Polônia)", comenta Lu.

A história da negociação para lançar e trazer o Joe Lally, do Fugazi, ao Brasil, em novembro de 2006, tem a ver com a própria origem do selo. O Lu acabara de voltar de um longo período em terras estrangeiras no intuito de fazer virar por aqui um projeto similar às coisas com as quais ele esteve envolvido na gringa. "Na época em que morei em Amsterdã eu acompanhava bastante o circuito de shows e turnês que passavam por lá", conta ele. "Eu estava sempre atento à agenda de bandas ligadas a selos como Touch and Go, Thrill Jockey, e, principalmente, a Dischord. Pouco depois de chegar a São Paulo, eu vi no site da Dischord que o Joe Lally estava lançando seu primeiro disco solo, There to Here. Mandei um email pra Dischord e consegui entrar em contato direto com o Joe."

A partir daí, foi um caminho sem volta. O Lu chamou o Mauricio Takara pra tocar bateria e percussão na turnê do Joe, e o Takara, por sua vez, convidou o Chankas (Hurtmold) pra tocar guitarra. "O rolê foi intenso e muito legal. Vários shows em várias cidades e estados. Com certeza foram alguns dos eventos mais marcantes e divertidos que eu já fiz", relembra. Ao final da turnê, o Takara propôs ao Lu a prensagem de seu terceiro disco (Conta, de 2007), e assim nasceu a Desmonta, que na sequência apostou em artistas como Kiko Dinucci, Psilosamples e HAB, entre outros.

Desde que o selo começou a rolar, vem realizando esporadicamente também algumas festas e festivais. Caso da Engasga Gato, no extinto Tapas, na Rua Augusta. Depois, a Desmonta preencheu ao longo de 2014 a programação de shows aos sábados na Casa Nam. O evento mais recente, e na real o primeiro em que o Luciano conseguiu juntar quase todos os músicos — 16 nomes — do selo, foi o Festival Desmonta 10 anos, que aconteceu nos dias 4 e 5 de março no Disjuntor, na Moóca.

O selo fecha sua primeira década com 19 artistas no catálogo e um total de 29 álbuns, lançados como Desmonta, mais dez, lançados como Bafo Quente, subselo dedicado a gravações e projetos mais "despretensiosos".

Ouça no player abaixo a coletânea Desmonta 10 Anos:

Além de liberar em primeira mão a playlist Desmonta 10 Anos, Luciano Valério aceitou o convite do Noisey para ranquear e comentar os dez lançamentos mais importantes da Desmonta nesse tempo de atividade (daí ele mandou 11, e deixamos assim). Se liga aí:

1. M.Takara – Conta (2007)
"Além de ser o primeiro disco do selo. eu também acho um dos melhores discos do M.Takara. Foi o disco que abriu o caminho do selo e levou minhas ideias adiante."

2. Joe Lally – Why Should I Get Used to It (2011)
"Coloco esse disco na lista em razão daquilo que o Joe Lally representa na história do selo. Foi com a vinda do Joe que começamos. Foi um lançamos em parceria com a Dischord Records, acho que um dos poucos que eles já dividiram com outro selo."

3. M.Takara 3 – Sobre Todas e Qualquer Coisa (2010)
"Fase mais 'banda' do M.Takara, que contava com o Rogério Martins na percussão e Guilherme Valério na guitarra. É dançante, percussivo e torto do começo ao fim. É a fase em que o trio tocou muito, excurcionou pelos Estados Unidos, a música "antelope" saiu uma porrada de de videos de skate...".

4. Duo Moviola – O Retrato do Artista Quando Pede (2009)
"Este é um disco do duo formado pelo Kiko Dinucci e Douglas Germano, na época ambos do Bando Afromacarrônico. Ótimas letras sobre lendas urbanas, trágico, cinematográfico. Disco com poucos elementos (violão, voz e percussão)."

5. HAB – Pessoas Não (2017)
"Sem dúvida o melhor registro do HAB. É um disco mais cantado. A kalimba aqui fica em primeiro plano. Explosão de energia na gravação e ao vivo."

6. metá metá (2014)
"Primeiro álbum do metá metá, ainda em trio e soando mais acústico."

7. mundotigre (2014)
"Acho que esse foi o álbum mais baixado do selo. mundotigre é um projeto live de música eletrônica do M.Takara."

8. Psilosamples – Recloop (2015)
"Esse é uma daquelas obras que entram na ideia de pegar pequenos elementos e transformar em linguagem. É um repertório todo gravado com ambiência de sons captados no mato usando o gravador de um celular."

9. Daniel Higgs – Viv (2015)
"Trabalho gravado no Rio de Janeiro (Audio Rebel) durante a turnê do Higgs. Milhões de histórias e risadas ao lado desse cara. Disco carregado de lembranças."

10. Kiko Dinucci e Bando Afromacarrônico – Pastiche Nagô (2008)
"Segundo lançamento do selo, e, de certa forma, uma aposta bem ousada pra época. Tanto que foi pouco aceito pelo o pessoal da música experimental que nos acompanhava por causa do M.Takara e do Joe Lally, por exemplo, e também pelo meio do samba e da música brasileira."

11. LXMP – Zony W Pracy (2016)
"O Lado ABC (selo de Varsóvia – Polônia) fez uma edição limitada dos primeiros discos do HAB e do M.Takara, Puro Osso. Retribuímos com esta edição especial para a turnê que eles armaram pro final de 2016. Foram somente 40 cópias em vinil com capa em serigrafia numerada uma a uma. Um dos projetos mais insanos de se assistir ao vivo."

Ouça o primeiro álbum do Ryuichi Sakamoto em oito anos, 'async'

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Com mais de quatro décadas de experiência na indústria musical, o domínio de minimalismo do Ryuichi Sakamoto é incomparável. O compositor, vencedor de um Oscar e pianista japonês é conhecido por sua discografia espontânea — primeiro como um membro fundador do pioneiro grupo eletrônico Yellow Magic Orchestra, e mais tarde como um artista solo, onde uma personalidade sônica única emergiu de cada um de seus 19 álbuns de estúdio. Seu mais novo disco, async, vem nove anos depois do último lançamento — mas por razões completamente além do controle do músico veterano.

"Claro, eu não estava só com preguiça. Eu gosto de sentir preguiça, mas não foi o caso. Aconteceram duas coisas marcantes", disse o compositor de 65 anos ao THUMP gringo pelo telefone do seu estúdio em Nova York. Ele refere ao terremoto que aconteceu no Japão em 2011 e que tirou aproximadamente 16 mil pessoas (Sakamoto estava em Tóquio gravando na época do desastre), e sua batalha contra um câncer de garganta em 2014. Depois da radioterapia, ele rejeitou todas as ofertas de trabalho, exceto para o épico de Alejandro Gonzalez Iñárritu lançado em 2016, O Regresso. A trilha sonora original, que ele compôs colaborativamente com o músico alemão Alva Noto, foi indicado a um Globo de Ouro.

Leia o restante da matéria no THUMP.

Mick Rock fotografou tudo que você ama

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Matéria originalmente publicada no Noisey UK.

Mick Rock é o Homem que Fotografou os Anos 70, mas ele não gosta desse termo — e também não curte muito ser chamado de ícone. "Isso só quer dizer que estou ficando velho", me fala em um telefonema da sua casa em Manhattan. Mas é difícil se livrar deste tipo de rótulo. Os seus retratos capturaram e definiram a música nos últimos 40 anos, incluindo a fase Ziggy Stardust de David Bowie e a carreira de Lou Reed depois do Velvet Underground. As fotos dele estampam as capas dos discos Raw Power, dos Stooges, e Queen II, do Queen. Ele também estava lá quando a cena glam que ele fotografou em pleno êxtase começou a endurecer e a se questionar e quando o Motley Crue trocou os clubes de sexo underground por casas de striptease cheias de cocaína. Recentemente, ele fotografou Father John Misty, Janelle Monáe e Karen O. Consciente ou inconscientemente, você já viu o trabalho dele.

Shot! The Psycho Spiritual Mantra of Rock, documentário de Barney Clay sobre o fotógrafo londrino, produzido pela VICE Films, retrata a sua carreira em ordem cronológica — de Londres a Nova York, do glam ao punk, da decadência ao vício, até chegar à recuperação — mas seguidamente volta à experiência de quase-morte que ele teve em 1996, quando a cocaína lhe deu um tremendo susto — e quatro pontes de safena. Rock amava tanto a droga que fez uma série de fotos com ela como tema no começo dos anos 80; as fotografias são lindas, mas ninguém consegue manter esse estilo de vida.

Considerando que Rock teve total controle sobre cada foto e escolha estética sua durante 40 anos, não surpreende que ele tenha passado grande parte dos cinco anos de produção do documentário em guerra com Clay, e, embora o filme o capture no seu período mais lúcido, ele ainda não tem a menor disposição para qualquer tipo de — palavras dele — merda. Leia abaixo a nossa conversa, que foi editada para maior clareza e brevidade.

Noisey: Assisti ao documentário hoje de manhã. Ele é ótimo.
Mick Rock: Ah, você assistiu? Ele é diferente, não é? Não queria que fosse chato, com um monte de gente falando, justificando minha existência. Essa é uma abordagem entediante.

Quando você o assistiu pela primeira vez?
Eu vi pelo menos meia dúzia de versões, e todo mundo recebeu um monte de críticas minhas. Eu fiquei em cima, pode acreditar. Não gostei dele durante um tempo, mas está muito diferente do que era. Foi deprimente no início, mas acho que isso foi porque eu estava doente durante boa parte [da produção] dele. Mas foi ficando cada vez melhor. Eu estava disposto a continuar mudando [o filme], mas todo mundo parecia gostar dele, então Barney e eu estamos nos amando de novo.

Muitas pessoas se aproximaram de mim querendo fazer um documentário, inclusive o pessoal que fez O Equilibrista. Mas sou agorafóbico, então assisti [a O Equilibrista] tapando os olhos e disse a eles que não podia fazer um documentário com eles de jeito nenhum. Toda vez que pensasse neles, pensaria na porra de um lunático andando entre dois prédios sem rede de proteção. Não quero nem falar nisso, me deixa apavorado. Barney é talentoso e nunca tinha feito um documentário antes, o que é importante para mim. A maioria dos documentaristas coloca um monte de gente falando no filme. Olhe as fotos — ou você gosta delas, ou não.

Como foi entregar a responsabilidade visual nas mãos de outra pessoa?
Minha esposa vivia dizendo para mim: "Mick, você está tentando dirigir esse documentário?". Eu dizia: "Não, não estou". Vamos encarar, sou um diretor. Dirijo todas as minhas sessões de fotos. Já dirigi videoclipes. Já dirigi outras coisas — mas nada com 93 minutos de duração. Acharia difícil dirigir um documentário sobre alguém que está vivo — você precisa matar o seu objeto antes de começar. Vivia dizendo para Barney: "Você provavelmente ficaria mais confortável se arranjasse alguém para me matar". Mas disse isso com um senso de humor negro. Ainda não estou pronto para morrer.

Eu sempre tentava entrar na porra da sala de edição, mas eles fizeram todo o possível para me manter fora dela. Era um verdadeiro jogo de gato e rato. Era importante para mim que o meu trabalho fosse representado de uma maneira verdadeira. Sei que todo mundo quer isso, porque lido com isso o tempo todo. Quando o Barney ficou sabendo das fotos da cocaína, eu disse: "Não, não quero mostrá-las". Mas, no fim, eu as mostrei. Olho para elas e digo: "Ufa, fiz um ótimo trabalho, na verdade. É branco e brilhante". Lembro de falar para alguém: "Eu provavelmente teria sido um ótimo fotógrafo de natureza morta", e essa pessoa me respondeu: "Qual é, Mick. Você só tirou ótimas fotos de cocaína porque estava apaixonado pelo seu objeto. Você não poderia se apaixonar por um caixote de verduras ou algo do tipo". E é claro que isso era verdade.

Perto do fim do filme, você diz que não queria falar muito sobre o tempo que passou no hospital.
Queria que aparecesse bem menos — e consegui isso. Chegamos num ponto de equilíbrio, e acho que no fim ele fez um ótimo trabalho. Às vezes, os melhores resultados vêm de duas tensões criativas, mas houve uma soma das duas mentes — minha e do Barney — e sem dúvida somos amigos de novo. Houve períodos em que ninguém sabia direito que rumo tomaria o filme, mas o resultado final justifica a loucura e a insanidade do processo.


Você se descreve como "alguém de dentro olhando para fora". Tudo que você faz parece uma parceria. Há similaridades entre esse trabalho e o processo de criação do documentário?
Eu não jogo simplesmente alguém na frente da minha câmera. Nunca estudei fotografia, mas tive um colega de quarto que estava estudando para ser ator e me apresentou um livro, A Preparação do Ator, [do] pai do Sistema [de atuação, Constantin Stanislavski]. Nunca me esqueço de um capítulo em particular em que ele fala sobre levar as pessoas para um espaço cru e construir um círculo de concentração. Não sou um cara rápido, então gosto de dedicar tempo às coisas e construir uma certa energia. Quando você lida com músicos, muitos deles prefeririam estar tocando do que em frente a uma câmera — exceto David Bowie. Ele sempre gostou de estar na frente da câmera. Lou [Reed] era assim comigo também. Eu e ele sempre nos divertimos. Mas construir um círculo de concentração é como ser um cozinheiro. Você mexe, acrescenta, prova e, depois de um tempo, as fotos saem praticamente sozinhas.

Você diz que não se lembra de alguma vez ter feito uma sessão sem antes plantar uns minutos de bananeira e que a ioga sempre teve um papel importantíssimo no seu processo.
As minhas fotos mais antigas pelas quais as pessoas se interessam obviamente são as do Syd Barrett. As sessões do Madcap [Laughs, primeiro disco solo do ex-Pink Floyd, de 1968] são anteriores ao meu envolvimento com a ioga. Mas aprendi a meditação transcendental muito jovem também. Gosto de misturar de tudo — ioga, cocaína, sexo, privação de sono e de comida. Você consegue atingir estados incríveis de consciência e existência misturando todas essas coisas. Certamente não eram só as drogas — a ioga é anterior ao vício em cocaína, que começou mesmo, provavelmente, quando vim [para os Estados Unidos] para fazer a turnê Rock and Roll Heart com o Lou. Em Londres, você não via muita cocaína naquela época. Você via anfetaminas, mas não pó. Enquanto que em Nova York, nossa. E tinha as garotas. Elas também estavam totalmente fora de controle. Coloco toda a culpa nas garotas e nas drogas. Só se aproveitaram de mim. Pelo menos essa é a minha versão da história. Acho que a minha primeira esposa caiu nessa.

Seria adequado dizer que você é um ícone?
Isso só quer dizer que estou ficando velho.

Qual é uma maneira mais delicada de dizer isso? "Lenda" soa pior, não é?
Soa como se fossem me enfiar na porra de um armário e me tirar de lá de vez em quando para tirar o pó. Mas ainda amo fotografar! Mas não tenho muita oportunidade, porque preciso lidar com todas as outras coisas — inclusive falar com você. Antigamente, quem queria falar com um fotógrafo? Ninguém com a porra de um cérebro, isso é certo. Quem são os ícones de hoje? Sua última cena no documentário é com o Father John Misty. A sessão que eu achei realmente interessante foi a com Janelle Monáe — ela é realmente icónica, no sentido mais verdadeiro da palavra.
Ela é uma verdadeira artista, com certeza. Vou te falar quem eu gostaria de fotografar — Bruno Mars. Já está mais do que na hora de eu fazer isso. A minha agenda está totalmente enlouquecida. Estou tipo: "Foda-se tudo isso". Queria poder coçar o saco por algumas semanas.

Mas você gostaria de fotografar o tempo todo, quando não está fazendo esse tipo de coisa?
Isso é o que eu mais curto. Mas também aprendi que vivemos numa época em que todo mundo vende de tudo. Sei que querem me transformar numa porra de uma marca gigante. Me falam isso há anos, agora mais do que nunca. O que eu vou fazer? Colocar meu nome num batom? Batom para Homens, por Mick Rock. Acho que isso seria incrível. Um tom diferente e muito bonito de fúcsia.

Eu investiria nisso.
Bem, você compraria. Você faria isso. Um batom do Mick Rock para combinar com os sapatos de salto alto e a cinta-liga que eu tenho certeza que você usa. Você é inglês, é inevitável.

Com essa frase, me despeço de você, Mick.
Certo, querido. Foi um prazer falar com você. Espero que você consiga dar algum sentido a esta conversa. Provavelmente vai acabar virando mentiras e propaganda, na sua maior parte. Mas eu nem ligo mais. Mentira. É o jogo que estamos jogando, não é? É um jogo que você joga também. Talvez algum dia possamos nos encontrar. Uma orgia em algum lugar. Sim, você participa, eu assisto. Que tal?

Todas as fotos são cortesia de Mick Rock e Magnolia Pictures.

Tradução: Fernanda Botta

O baile de máscaras do BaianaSystem

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A música do BaianaSystem, uma combinação da guitarra baiana com o grave e pungente balanço do sound system, por si só já teria suprido tudo. Entrelaçada à concepção visual, no entanto, todo o conceito de sua expressividade artística se fecha. Filipe Cartaxo, o esteta e comunicador responsável por isso, é um autêntico integrante da banda. Som e imagem coexistem. Enquanto a rítmica do grupo oferece novas possibilidades à herança musical da Bahia, no campo imagético Filipe faz o mesmo com símbolos da cultura local.

São muito presentes, por exemplo, as máscaras, inspiradas pelos caretas, tradicionais personagens do Carnaval no Estado. Já a presença das cores azul e branco certamente remontam às pinturas das casas no interior baiano e às comemorações do Dia de Iemanjá. O Filipe está com o BaianaSystem desde a gênese, tanto que o seu trabalho de graduação na faculdade de design foi o partido gráfico da banda, em 2009.

"Entrei nessa quando meu irmão, o guitarrista Roberto Barreto, pensou na possibilidade do diálogo da guitarra baiana com o sound system", reconstitui ele. "Nesse período, eu estava justamente buscando algo que fosse enraizado na cultura popular baiana e seus símbolos e signos. Então começamos a pesquisar essas referências do período do carnaval, lembrado muito pelo seu trio elétrico, um sound system ambulante. Ele começou a produzir músicas com o SekoBass [baixo] e já tinha chamado o Russo Passapusso pra compor e cantar."

Os elementos matriz do visual elaborado pelo artista são justamente as composições gráficas modulares dos bancos empilhados nas festas de largo, como são denominadas as celebrações nas ruas da cidade em datas comemorativas, atingindo o ápice no carnaval — a maior festa de largo. "A guitarra baiana é genuína", defende Cartaxo.

"A ressignificação se faz necessária para se comunicar com o povo. Estamos em movimento sempre. Na busca de trazer de volta algo que já vimos, javiuedejavu, lembrar de signos e cores nos faz absorver também. Penso ser troca", diz. As palavras dele ganham forma num misto de linguagens que passa por TVs antigas sobre mesas de festa de largo, enormes telões e projeções em bancos de madeira de barracas antigas (simulando a característica pintura manual).

Distribuídas pela banda desde o início das atividades em todos os shows, as máscaras caretas do BaianaSystem não só levam todo esse entendimento de comunicação visual para o meio do público, numa tentativa de tirar a arte do pedestal, como estabelece uma via de mão dupla. "Isso para nós é um elo, a lembrança daquele momento", sintetiza Filipe Cartaxo. "É o poder da transformação."

As imagens abaixo foram feitas pelo Antonello Veneri com a galera de Salvador durante a apresentação do BaianaSystem no último Carnaval. Todo mundo usava as máscaras do Baiana por lá. Confira:

Antonello Veneri/VICE

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A valsa sideral de Jorge Antunes, o pai da música eletrônica brasileira

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Em uma noite de setembro de 1961, um estudante universitário de 19 anos teve uma breve visão do futuro durante uma apresentação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No palco, o pianista norte-americano David Tudor executava peças eletroacústicas de nomes da vanguarda européia de então, como o alemão Karlheinz Stockhausen e o belga Henri Pousseur para uma platéia mais acostumada com as melodias palatáveis da música clássica orquestrada. Passados 56 anos, o compositor Jorge Antunes recorda suas impressões sobre aquela ocasião como sendo de "curiosidade, interesse, descoberta: o vislumbre de um caminho novo".

Para Antunes, a experiência foi o estopim para que ele se tornasse o primeiro brasileiro a compor e gravar música eletrônica, trajetória que teve início com a construção de seus próprios aparelhos — que incluía um teremim — e do seu próprio estúdio. Logo, ele estava realizando suas primeiras apresentações para colegas da Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil (atual UFRJ), no Rio de Janeiro, onde estudava violino e composição. Algumas das gravações realizadas nos anos seguintes seriam reunidas pela primeira vez em um LP em 1975, quando já de volta ao Brasil após anos de exílio na Argentina, Holanda e França, ele lançou "Música Eletrônica", considerado o primeiro disco produzido inteiramente com sons eletrônicos no Brasil.

Na época do lançamento, o flerte com esse tipo de sonoridade já deixava de ser algo de uso exclusivo de acadêmicos e pessoas ligadas ao mundo das artes para adentrar o mainstream através da fusão com gêneros como rock e disco, prenunciando a popularização do termo a partir da década seguinte. Além de ter sido relançado em vinil no ano passado pelo selo Mental Experience na Espanha, o disco também pode ser ouvido na íntegra ao lado de outras gravações do mesmo período no CD Música Eletroacústica - Período do Pioneirismo, lançado no Brasil pela ABM Digital e nos EUA pelo selo Pogus Productions, com o nome de "Savage Songs".

Leia o restante da matéria no Noisey

A SZA e o Travis Scott lançaram uma balada romântica

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Os fãs estão esperando que a TDE lance um álbum novo da SZA por três anos. Seu último trabalho, Z, foi lançado em 2014 e foi aclamado pelos fãs. Em outubro de 2016, a cantora de Nova Jersey anunciou no Twitter que ela pararia de fazer música pela frustração de ter seu álbum adiado. Mas, depois de uma discussão pública com o presidente da TDE Terrence "Punch" Henderson, os dois parecem ter se resolvido. 

Em janeiro, a SZA lançou o single "Drew Barrymore", que foi o primeiro sinal que seu álbum de estreia CNTRL estava a caminho. Na mesma semana, ela deu dicas de uma parceria com Travis Scott, mas não houveram sinais de que a faixa ia sair. Mas finalmente podemos ouvir a faixa completa. "Love Galore" é o novo single de CNTRL, e conta com uma SZA cantando sobre um cara que não para de vir de zap com ela, mesmo estando envolvido com outra pessoa. Scott faz um verso argumento o contrário. Assista "Love Galore" abaixo.

Taylor Swift dá primeiro depoimento sobre acusação de assédio sexual

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Com informações do Broadly US.

Usando seu papel de influência para "servir de exemplo para outras mulheres que podem passar publicamente por atos ultrajantes e humilhantes similares", a Taylor Swift está processando o DJ do Colorado David Mueller por assédio sexual. O ocorrido teria acontecido numa tarde de autógrafos dada pela cantora em 2013. Segundo Taylor, Mueller pegou sua bunda por baixo da saia quando ela se virou para tirar uma foto com ele.

O processo é uma resposta a uma ação por difamação arquivada pelo próprio DJ, que foi demitido de seu emprego na rádio KYGO dois dias após o incidente. O julgamento da acusação de Taylor teve início nessa segunda (7), e a cantora foi chamada para testemunhar pelo advogado de Mueller hoje.

Segundo a repórter Claudia Rosenbaum, que estava presente no tribunal, Taylor não recuou com nenhuma das perguntas do advogado. A cantora alegou que Mueller colocou a mão por baixo da sua saia e "permaneceu com a mão presa à sua bunda nua enquanto ela se afastava, parecendo visivelmente desconfortável." Quando perguntada sobre a demissão do DJ, ela disse: "Eu não vou deixar seu cliente fazer eu me sentir culpada, porque eu não sou."

Taylor está processando Mueller em um dólar e qualquer fundo recuperado do julgamento será doado.

O primeiro EP do Sain é uma crônica da nova geração do Catete

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O PICO, galeria de arte urbana que fica mocada nas ruelas da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, lotou de gente na noite da última segunda-feira (7). Fãs, amigos e parte da imprensa se reuniram no lugar para ouvir pela primeira vez disco de estreia da carreira solo do rapper de 25 anos Stephan Peixoto, o Sain, Dose de Adrenalina, álbum que sai oficialmente nesta sexta-feira (11) em todas as plataformas digitais.

Dentre a galera que marcou presença, estavam vários amigos rappers como o cearense Don L, o mineiro Djonga e, claro, o carioca — recém radicado na capital paulista — Luccas Carlos, parceiro de longa de milianos do Sain que faz participação em duas faixas do álbum, "Dose de Adrenalina" e "Desliga". "Além disso, ele ainda faz os vocais de mais umas cinco faixas do disco. E participou da composição", contou Sain por telefone. "Acompanho o Luccas desde o comecinho da carreira dele e ele é muito meu irmão mesmo."

O intenso envolvimento de Luccas Carlos — que, assim como Sain, também faz parte do selo carioca Pirâmide Perdida — no disco é um reflexo de o que é Dose de Adrenalina: um álbum que, apesar de ser fundamentalmente a estreia solo do Sain e contar com vários beats de autoria do próprio rapper, foi feito inteiro com uma massiva colaboração dos parceiros de vida (e de selo) do Stephan: Bk' aparece rimando em "Quem É da Área", um boombap que manda um "salve para os amigos encarcerados"; El Lif Beatz fez o instrumental de várias faixas, além de aparecer nos vocais de "Agradecimentos" e "Ambiente", com Akira Presidente. A faixa que sintetiza e deixa mais explícito esse clima de "família Pirâmide Perdida" no decorrer do álbum é "Notas (Remix)", na qual participam Bril, CHS, Bk' e Luccas Carlos.

Foto: Larissa Zaidan/VICE

Mas mais do que meras participações de amigos, Dose de Adrenalina traz a visão de toda essa galera sobre o Catete — bairro no qual Sain cresceu —, a zona sul não abastada do Rio de Janeiro, a criminalidade que os cercou desde pequenos e a relação deles com drogas e sexo. "É como se fosse uma crônica do meu bairro, de onde eu cresci. Dos rolés que eu dei, sabe coé?", disse Sain. "Mas também não é só o que eu acho [sobre a região]. Peguei muito também a visão dos meus parceiros de vida pra fazer esse disco. É um retrato da área."

O disco se divide em duas partes, quanto à produção: da primeira faixa, "Prato do Dia", até a sétima, o interlúdio "Mais Jazz Menos Papo" (com baixo de Tim Lisandro, padrasto do Sain), os beats vão mais pro boombap. Sain explica que essas músicas são as mais antigas, que ele foi fazendo antes de pensar em elaborar um disco. "Era o que eu mais ouvia na época, por isso tem mais essa pegada. Mas o tempo foi passando e fui incrementando com uns bagulhos mais novos."

Foto: Larissa Zaidan/VICE

A segunda metade, que começa com "Eu Sei Bem", chega carregada com batidas mais atuais de trap. "Nessa faixa ['Eu Sei Bem'], que é o primeiro trap do disco, eu faço uma citação a Jorge Ben, que foi meio de brincar. Tentei entrar nessa onda mais eletrônica, mas sem perder a essência", explicou o rapper. "Fazer trap também tem a ver — não diretamente, mas tem a ver — com fazer funk, que foi o ritmo que eu mais escutei desde pequeno, junto com boombap."

Quanto à temática, as músicas se intercalam entre slow jams sobre sexo, relacionamentos, festas e "rolés", como "Sussurros na Fumaça" (que já ganhou o clipe do player abaixo), e músicas de rua e crime, numa pegada mais gangsta-rap, como "Quem É da Área" e "Prato do Dia".

Além do pai Marcelo D2, figura lendária dentro da cena do Catete, outro rapper que serviu de muita influência para o Sain foi o Don L, que até é citado no disco. "O Don L é um dos artistas no qual eu mais me amarro. Acompanho ele há bastante tempo e acho ele muito foda, então acabou aparecendo a referência."

Junto com a audição, rolou uma exposição de fotos da região do Catete de Marco P. Grillo, fotógrafo responsável pela capa do disco do Sain. "Eu expliquei pra ele a ideia do disco e a gente saiu pelo bairro, tirando foto. E foi mais ou menos isso", disse Sain. "Por incrível que pareça, só a da capa que é de uma casa que fica numa região mais afastada daqui."

Foto: Larissa Zaidan/VICE

Pro Stephan, o título Dose de Adrenalina tem a ver com fazer música. "É o que me move e me motiva", explicou. "Pode até me deixar nervoso e com medo às vezes, mas é o que eu preciso pra me sentir vivo. Então acho que é mais ou menos isso que eu quis dizer com esse nome".

Ouça Dose de Adrenalina no player abaixo:

Thaíde apresenta "Minha Escola" na ONErpm Sessions

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Depois de apresentações de Rael e Zé Henrique e Gabriel, o ONErpm Studios abriu as portas para sua próxima atração. O rapper Thaíde aparece pra divulgar seu recém-lançado Vamo que Vamo que o Som Não Pode Parar, fruto de um trabalho de três anos de parceiros como Marcelo D2, Black Alien, Xis e muitos outros.

No terceiro episódio da série ONErpm Studio Sessions, o paulistano apresenta uma nova versão de "Minha Escola", faixa que abre o disco e fala um pouco sobre sua trajetória no hip-hop. Assista acima.

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