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O 'More Life', do Drake, finalmente está entre nós

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Desde o anúncio de More Life, em outubro de 2016, não ficou claro do que exatamente o projeto se tratava: segundo Drake, era uma espécie de playlist/mixtape/álbum com quase trinta faixas e várias participações especiais. Mais misterioso que projeto em si foi o seu lançamento – após meses de promessas, trailers e, bom, tatuagens, o rapper resolveu avisar de última hora que More Life chegaria no último sábado (18). Ele estreou no OVO Sound Radio e você pode escutar o projeto completo abaixo.

Além das muitas participações (que inclui nomes como Kanye West, Lionel Richie, Sampha, Young Thug, Quavo do Migos, Travis Scott e por aí vai), o projeto também conta com alguns nomes surpreendentes em sua lista de créditos: Stevie Wonder, Jennifer Lopez, R. Kelly, entre outros. Ouça More Life:


Para a Karol Conka, essas músicas são as melhores pra você rebolar

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A Karol Conka é, hoje, uma das principais rappers do Brasil. Apesar de ter começado no underground, com o lançamento do seu primeiro disco solo, Batuk Freak (2013), não demorou muito para a curitibana estourar no mainstream, virar a "Diva da Tombação", por conta do hit "Tombei" (2014), em parceria com o duo Tropkillaz, e até se apresentar no Lollapalooza em 2016, junto com a MC Carol: feito inédito para duas mulheres brasileiras do rap e do funk, respectivamente.  

O rap girl power, dançante e "farofa" de Conka — como ela defende no seu último single com o Boss in Drama e o Tropkillaz, "Farofei" (2017) — tem origem na Lauryn Hill, de quem a rapper é super fã desde a adolescência, e na sua vó, que a ensinou que ela não devia se curvar pra homem nenhum, como ela já tinha contado em entrevista Noisey: "Se tem uma coisa que eu quero é ser a Lauryn Hill de muitas meninas pretas no Brasil, porque ainda somos poucas, mas eu sou a prova de que é possível as mulheres fazerem o que elas quiserem".

A convite da Nike pro Rebels on Air, a Karol Conka fez uma playlist só com hits bem dançantes, mesclando músicas de artistas gringas, como "Work", da Rihanna, e "Flawless", da Beyoncé com a Nicki Minaj, com faixas de novas vozes femininas do rap nacional, como "Se Avexe Não", da Tássia Reis, e "Ghetto Woman", da LAY. Pra terminar de completar o clima dancehall e trap da playlist, ela colocou umas músicas que não são de rappers mulheres, mas que se encaixam nessa linha dançante do som dela, como "Pick Up The Phone", do Young Thug com o Travis Scott, e "One Dance", do Drake. E, claro, não poderia faltar uma faixa da sua musa inspiradora Lauryn Hill. Ouça abaixo:

A playlist é parte da série Rebels on Air, que comemora o Air Max Day 2017 , promovido pela Nike. Semanalmente, feras da música contemporânea brasileira se reúnem para projetos especiais que celebram o legado do Air Max, icônico sneaker da marca lançado em 1987.

No próximo domingo (26), a Karol Conka se apresenta na Casa Air Max.

A cadência das radiolas de reggae de São Luís

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Texto por: Eduardo Ribeiro

São Luís, capital do Maranhão, é também a capital do reggae no Brasil. Pode botar fé: em nenhum outro lugar do país você vai encontrar um cenário tão vibrante calcado no ritmo jamaicano. Os maranhenses vivem e produzem o reggae com tanta intimidade que até parece que a origem de tudo começou ali. Tanto, que a rapaziada local inclusive gaba-se do seu próprio jeito de dançar.

A sonzeira na cidade é atualmente garantida por mais de 200 radiolas — nome dado às equipes de som — formadas por DJs e aparelhagens com dezenas de potentes caixas amplificadoras empilhadas. A história que se conta é que já na década de 1950, por conta da proximidade geográfica, um certo pessoal do Maranhão conseguia captar ondas-curtas de rádio emanadas do Caribe, e assim o reggae e outros ritmos teriam chegado até lá. Mas é claro que turistas, emigrantes e marinheiros contrabandistas também tiveram sua parcela de influência.

Foto: Felipe Larozza

A chamada massa regueira, o numeroso público que lota os bailes pela periferia de São Luís, começou a bombar pra valer nos anos 80-90. Só que em São Luís a pegada é mais cadência e menos pancada do que em Kingston, numa onda de romantismo e sensualidade bem brasilzão.

Recentemente, a equipe da VICE esteve na cidade para gravar uma reportagem em vídeo 360º destrinchando as peculiaridades desta inebriante cultura. Foi um rolê dos mais classes, acompanhando as radiolas Freedom FM e Giga Estrela do Som. As fotos a seguir servem de aperitivo para o que vem pela frente — o tal do vídeo em 360º.

Confere aqui umas imagens pedra dos sistemas de som da ilha regueira: 

Clube Espaço Aberto, importante local de festas de música jamaicana e sede da radiola Estrela do Som. Foto: Felipe Larozza


Montagem do sistema de som da radiola Freedom FM. Foto: Felipe Larozza

Foto: Felipe Larozza

Festa da radiola Freedom FM. Foto: Felipe Larozza

Foto: Felipe Larozza

Foto: Felipe Larozza

Foto: Felipe Larozza

Transporte da radiola Estrela do Som para o interior. Foto: Felipe Larozza

Foto: Felipe Larozza

O Felipe Larozza é editor de fotos na VICE Brasil. Siga ele no Instagram.

Assista a Natalie Portman estrelar no clipe novo do James Blake, "My Willing Heart"

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O James Blake lançou na segunda (20) o clipe de "My Willing Heart", do seu álbum de 2016 The Colour in Anything, estrelando a atriz Natalie Portman. A vencedora do Oscar está grávida de sua segunda filha no clipe, Amalia, que nasceu em fevereiro. As imagens remetem à beleza monumental da maternidade.

Assista ao vídeo no THUMP.

Como é ser mulher no universo masculino do reggae maranhense

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Célia Sampaio. Foto: Jorrimar Carvalho de Souza/Facebook.

Seja na Jamaica, seja no Maranhão, a cena musical de reggae sempre foi amplamente dominada pela figura masculina, desde os primórdios. Existe, é claro, grandes e notáveis exceções como a produtora Sonia Pottinger, primeira mulher produtora musical da ilha e leoa a figurar entre as dezenas e dezenas de medalhões locais — Coxsone Dodd, Duke Reid, Herman Chin Loy, Joe Gibbs, King Tubby, Lee Perry, King Jammy e por aí vai — e Sister Nancy, primeira deejay no dancehall clássico e a grande voz feminina que dominou o cenário por muitos anos, quando só então uma sucessão se abriu com nomes como Lady G, Lady Saw, Shelly Thunder e outras.

A história do reggae não reservou tantos lugares de destaque para a mulher quanto reservou para os homens. No entanto, mesmo com essa dificuldade bem latente, a mulherada foi cortando o mato espinhento do caminho a facão afiado e não deixou barato.

Dando um salto dos anos 1970 para a atualidade do reggae maranhense, especialmente em São Luís (a Jamaica Brasileira), percebe-se que as coisas mudaram muito pouco. As radiolas — que são os sistemas de som do Maranhão, os grandes paredões de caixas que ecoam reggae music para dançar a noite toda — continuam sendo capitaneadas pelos homens. Os colecionadores são, em sua maioria absoluta, homens (pouquíssimas mulheres se destacam, como é o caso da colecionadora Sonia Soares, xará da toda-poderosa Pottinger). Os produtores das músicas são homens, DJs (ou seletores, que é como são chamados os disc jockey na Jamaica — os deejays são cantores por lá) e vozes são predominantemente masculinos. Ser mulher e se manter nesse cenário é resistência pura.

É exatamente isso que conta Rosy Valença, uma das cantoras de radiola que mais fazem sucesso em São Luis e fora da capital maranhense também. Apesar de bastante conhecida e requisitada — sua página no Facebook conta com mais de 13 mil fãs e seus vídeos no YouTube possuem milhares de visualizações — ela reconhece a dificuldade. "Muitas mulheres vão desistindo pelo caminho por conta da dificuldade que encontram. Eu acho que já esteve mais forte a presença da mulher no reggae do Maranhão, nas radiolas, e hoje me parece menos forte do que era. Isso porque muitas vão desistindo pelo caminho por conta das dificuldades que encontram. Eu tenho meu marido (Dedé Valença), que é meu empresário e produtor e tem o próprio estúdio, e isso facilita as coisas. Mas não é assim para todas, infelizmente."

"Existem alguns entraves ainda, a presença das mulheres no microfone ainda se faz bem limitada." — Núbia Guimarães

"Já passei por algumas situações complicadas, tipo olhares de preconceito ao subir no palco, ou o fato de não ser igualmente anunciada (em eventos que tem a presença masculina) antes de fazer o som. Já me senti desconsiderada apenas pelo fato de ser mulher", conta a também cantora Núbia Rodrigues. A jovem maranhense tem como base de seu trabalho justamente letras que visam despertar a consciência sobre o empoderamento feminino e a consequente e esperada — porém ainda bem longe de se concretizar — igualdade de gêneros.

"Existem alguns entraves ainda, a presença das mulheres no microfone ainda se faz bem limitada. Mas, a meu ver, o cenário tem começado a mudar para melhor, principalmente pelo fato das mulheres se empoderarem cada vez mais e ocuparem esses e outros espaços. Penso que agora, juntas e sem mordaças, conseguiremos nos fortalecer nessa cena e abrir os caminhos para que muitas outras sintam-se livres para realizar o trabalho", conta.

Mesmo com essa pressão velada — ou não tão velada assim —, as artistas ludovicenses trabalham a todo vapor. Os videoclipes de cantoras como Miriam Black, Cristina Lee, Rose Marie, Carla Suellen e Nathally Johnson, entre outras, alcançam, individualmente, marcas de mais de 50 mil views.

"Célia (Sampaio) me contava que tinha sempre que bater de frente com diversos músicos, que se posicionavam de maneira machista e queriam definir como ela deveria fazer o próprio trabalho." - Fabiana Rasta

Há mais de dez anos atuando na cena da ilha, a cantora Fabiana Rasta vem da "escola" da Dama do Reggae Maranhense, a grande Célia Sampaio, figura feminina pioneira no reggae da ilha. Tanto em seu trabalho solo quanto no projeto Negreiro, em que é vocalista de covers de grandes sucessos da reggae music, Fabiana conta o que já sentiu ao longo de sua carreira. "Eu, na minha caminhada, já encontrei diversos obstáculos por conta de ser mulher. Obstáculos velados, na verdade, pois na maior parte das vezes o homem não diz, mas olha de canto de olho, dá aquela risadinha debochada, fica olhando nossas curvas com olhares desrespeitosos, duvida da nossa capacidade... São coisas que a gente tem que lidar o tempo todo nesse meio."

Fabiana Rasta. Foto: Divulgação

Quando começou a cantar, Fabiana já tinha ideia do que seria entrar em um universo tão masculino — e, consequentemente, bastante machista. "Célia (Sampaio) me contava que tinha sempre que bater de frente com diversos músicos, que se posicionavam de maneira machista e queriam definir como ela deveria fazer o próprio trabalho. Pelas coisas que ela passou para mim, eu já ia trabalhando isso internamente, me preparando. Eu quis aprender profundamente sobre o meu ofício, aprendi violão, tudo para nunca ser subjugada, para não encarar o julgamento de 'é mulher, não sabe de nada', e provar que eu sabia tanto quanto eles."

"(...) quando eu comecei a cantar, a presença das mulheres nos salões era nos bares vendendo as cervejas, na bilheteria, na revista de pessoas, na limpeza de salão." - Célia Sampaio

A própria Célia Sampaio, a grande Dama do Reggae maranhense, conta como eram as coisas quando ela começou. "As mulheres sempre fizeram parte do cenário do reggae em São Luís, mas na minha época, quando eu comecei a cantar, a presença das mulheres nos salões era nos bares vendendo as cervejas, na bilheteria, na revista de pessoas, na limpeza de salão. Elas não faziam parte desse cenário maior que era como DJs e hoje, nessa geração agora dos anos 2000, isso vem mudando."

Aos 53 anos de idade e quase 25 anos de carreira, Célia reforça que a luta é incessante, mesmo com a mudança de cenário — positiva, apesar das dificuldades atuais. "Atuo no reggae desde 1993, quando junto com mais sete amigos formamos a Banda Guetos. Nesta época, não existiam mulheres cantando reggae aqui, e acredito que houve uma necessidade de representatividade feminina. Com apoio e incentivo dos amigos mais próximos entrei nessa. Em 1998 eu saí da banda para fazer carreira solo. Já passei por várias dificuldades pessoalmente, mas nada como lutar para você acabar com certos paradigmas. Na época em que eu comecei a cantar na Banda Guetos eu só fazia os vocais e dançava, e
também tinha dificuldades para enfrentar dentro do meu grupo. Então pra mim não foi fácil, dentro do meu próprio grupo era complicado ser a cantora de frente da banda, então tive minhas lutas, como tenho até hoje dentro do movimento."

"(...) a presença da mulher no reggae do Maranhão hoje me parece menos forte do que era. Isso porque muitas vão desistindo pelo caminho por conta das dificuldades que encontram." — Rosy Valença

Dá pra gente perceber que as dificuldades em ser mulher não são poucas, inclusive na música, que em teoria é um universo "cabeça aberta", desencanado. Tanto na sociedade de forma mais ampla e geral quanto em microuniversos, como é o caso do reggae maranhense, muita coisa mudou, mas tem muito a ser mudado ainda. Que a força das maranhenses seja inspiração para as artistas de tantos outros cenários musicais, do sertanejo ao rap, do forró ao rock. Sister Nancy, a primeira deejay do dancehall jamaicano e uma das mulheres mais zica do reggae, já dizia que "A some a dem a seh me a go mash up dem plan" (Alguns deles me olham e tentam atrapalhar meus planos), mas a força feminina não deixou e nem vai deixar. Fya!

Leia mais sobre a cena reggae de São Luís, a Jamaica Brasileira:

A cadência das radiolas de reggae de São Luís

Assista ao psicodélico e analógico clipe de "Miojo", do Amarelo Manga

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Assim como o miojo é o "lanchinho trash, salvador de madrugadas", a dupla carioca Amarelo Manga, formada por Julio Santa Cecília e Rafael Frejat (que, sim, é filho daquele Frejat), queriam dar uma estética tosqueira ao clipe de "Miojo". O vídeo da faixa tirada do álbum de estreia do duo, Nuca, lançado em 2016, é uma confusão de cenas dentro de cenas e cores brilhantes, tudo gravado em VHS. "Ela faz metade do trabalho sozinha", conta Rafael. "Em geral, a gente coleta momentos aleatórios e desconexos que julgamos ser interessantes para apertar o REC, fazemos isso até o fim da fita, depois convertemos pra digital e vamos montando uns rascunhos com a mistureba de todas essas coisas."

O clipe de "Miojo" marca uma mudança no elenco do grupo formado em 2015: após a saída do baixista Ricardo Kaplan, a dupla procurava uma renovação na imagem da banda e encontrou a nova estética na sobreposição de imagens – segundo eles, porém, nada foi muito pensado: "Óbvio que a gente seleciona imagens que tenham alguma fluência, mas uma grande parte do processo é realmente uma permutação de takes e ver qual resultado agradou mais visualmente mesmo", diz. Assista "Miojo":

A história por trás do pôster de 'Trainspotting'

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Esta matéria foi originalmente publicada na VICE UK.

"Nem sei te dizer em quantas festas fui nos anos 90, em algum apartamento aleatório onde as pessoas estavam tomando ecstasy e cheirando cocaína, e na parede tinha aquele pôster", disse T. Cole Rachel, editor sênior da The Creative Independent. "Aquele pôster" era o cartaz de Trainspotting, o opus de 1996 de Danny Boyle sobre um grupo de viciados em heroína armando esquemas e injetando drogas na Escócia. O retrato sinistro do filme sobre uso de drogas e divagações existenciais viria a definir uma geração de jovens descontentes. Trainspotting gerou incontáveis paródias, conversas sobre o sentido da vida na madrugada, e inevitáveis discursos inflamados sobre como o filme glamorizava a heroína (aparentemente a definição dos políticos de glamour incluía Ewan McGregor enfiando a cara na privada mais imunda do mundo, procurando supositórios de ópio).

Mesmo que o filme tenha se tornado um grande sucesso, os cartazes foram sim inovadores. O visual distinto, que foi reinterpretado recentemente na sequência, T2: Trainspotting, ajudou a cimentar o status cult do filme. Mas talvez mais importante, o cartaz não parecia com nada que a indústria já tinha feito até aquela época — e esse era o objetivo.

Leia o restante da matéria na VICE.

O Hó Mon Tchain continua de onde parou em "Hora Extra"

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Num mar de batidas trap e adlibs, o grupo paulistano Hó Mon Tchain chegou com uma abordagem mais clássica do rap no disco Assim que Nóis Trabalha, lançado pelo Noisey em janeiro de 2016. Pra dar continuidade (literalmente) ao projeto, eles lançam nessa quinta (23) o clipe de "Hora Extra", em formato de cypher.

"Hora Extra" pega de onde Assim que Nóis Trabalha parou, como uma continuação direta da última faixa do disco, "Fim de Expediente". Por cima da batida boom bap, os seis MCs discorrem sobre jornadas e relações de trabalho, tendo como ponto de partida a relação dos artistas independentes com seus empregos formais. O próprio atraso do lançamento do clipe, segundo Felipe (ou Mud), entra no conceito da música: "Não conseguimos fazer o vídeo antes porque a gente trabalha, tem vida de adulto, e é complicado quando você não vive só de música", diz. Assista "Hora Extra" abaixo.

Sobre a continuação formal para Assim que Nóis Trabalha, Felipe diz que um disco completo ainda não está nos planos do grupo. "Temos algumas músicas prontas, meio que diferentes do que a gente lançou no último disco, e estamos pensando de fazer um EP até o meio do ano", conta. Segundo ele, o trabalho com o Hó Mo Tchain está sendo conciliado com os projetos solo de cada MC. 


Por dentro da Jamaica brasileira, em 360º

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Fotos: Felipe Larozza/VICE

Neste episódio de VICE 360º, fomos até a ilha de São Luís, no Maranhão, para mergulhar no universo das radiolas de reggae da cidade. Nossa equipe fez um rolê com os principais sound systems da região e teve acesso a personagens-chave daquele cenário, como o Ferreirinha, fundador da radiola Estrela do Som, na ativa desde 1980, Serralheiro, DJ da velha guarda, e Garotinho Beleza, um dos dançarinos locais mais icônicos.

Descobrimos uma comunidade realmente fascinante, não só pela paixão com a qual as pessoas se relacionam com a cultura do reggae, mas sobretudo pelo modo como o Brasil absorveu o som da Jamaica para criar algo que é a sua cara, e não um simples decalque do que veio de fora. Só em São Luís você vai sentir a delícia que é dançar o reggae roots agarradinho, uma marca registrada das pistas, ou mesmo outros estilos, como o reggae robozinho e o reggae eletrizado.

Agarradinho. Foto: Felipe Larozza

A princípio, não foi tão fácil estabelecer uma intimidade daqui de São Paulo com a galera atuante na cena de lá. Mas, depois de algumas cartadas, a reportagem da VICE chegou no pico e conseguiu um encontro com o DJ e radialista Netinho Jamaica, o grande facilitador pra fazer a pauta começar a andar. Dali pra frente, muita coisa se desenrolou ocasionalmente. Um contato levava a outro ou a uma nova história.

O trampo foi correria, ainda mais por conta da equipe mobilizada, que incluiu diretor, câmera, operador de áudio, produtor e fotógrafo. "A gente ficou semihospedado", relembra Felipe Larozza, nosso editor de foto que meteu as caras como repórter nessa empreitada. "Porque durante as madrugadas íamos nas festas pra gravar, e, de dia, estávamos com as equipes de som."

Equipe da radiola Estrela do Som. Foto: Felipe Larozza

Um lance inusitado, me contou o estimado colega de redação, é que, na porta do bar onde foi gravada a festa da Radiola Freedom FM, havia uma mensagem pixada na parede por uma facção criminosa do estado, o Bonde dos 40, ou, B40. A mensagem dizia: "Aviso: Proibido roubar na comunidade. Sujeito a pena de morte."

Se liga na pedrada:

Leia mais sobre a cena reggae de São Luís, a Jamaica Brasileira:

Um fã está tentando fazer o Paul McCartney mudar a letra de "Live and Let Die" para ajudar na doação de órgãos

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Existem hoje no Brasil mais de 30 mil pessoas na fila à espera de um transplante de órgãos. Por conta da desinformação, da falta de esclarecimento ou mesmo do descaso, muita gente ainda não considera ser doador. Mas quem doa seus órgãos, ajudando a melhorar essa estatística, deixa uma lição de fraternidade pelos seus semelhantes. Inúmeros exemplos de vidas que foram salvas por este simples gesto mostram isso.

Preocupada com a questão, a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) se arriscou numa campanha cuja ideia é convocar o Paul McCartney, que já nos ensinou que "All You Need Is Love" naquela canção dos Beatles, a colocar a mensagem em prática. Para isso, ele terá que cantar um trocadilho com uma de suas mais famosas composições.

Essa aqui:

"Se conseguirmos fazer o Paul cantar 'Die and Let Live' ao invés de 'Live and Let Die' no refrão da música, com certeza conseguiremos atrair milhares de adeptos e abrir muitas mentes", disse o brasileiro Keke, um rapaz que superou um problema no coração ao ser transplantado."Ele gravou um vídeo para a campanha da ABTO, que foi postado nas redes e já conta com milhares de compartilhamentos.

"Eu tive muita sorte de conseguir, hoje estou vivo e bem", continua Keke, e comemora: "pois as chances ainda são bem escassas. E é por isso que estou aqui, porque entendi a importância desse gesto e quero ajudar a salvar outras pessoas. Sou fã do Paul McCartney e tenho certeza que ele faria isso." No último dia 12, dois dias após a postagem do vídeo, até o Corinthians aderiu. Os jogadores entraram em campo com #Sing4LifePaul escrito na camisa.

Para ajudar o Keke, a ABTO e, principalmente, aqueles que se afligem na lista de espera por um transplante, basta clicar neste link e compartilhar o vídeo em suas redes com o pedido "Paul, sing 'Die and Let Live!'". De preferência com as hashtags #Sing4LifePaul, #DieAndLetLive, #ABTO, e marcando a página oficial do artista para que o pedido chegue nele.

Os Migos são rockstars no clipe de "What the Price"

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Comprando a crescente estética dos trap-artists-como-rockstars, o Migos lançou o clipe de "What the Price". Ele mostra Quavo, Takeoff e Offset vestidos com jeans, couro e bandanas, guitarras no pescoço e vodka nas mãos. Também rola um uso exagerado da faixa amarela de PERIGO e uma maravilhosa briga de bar contra uns motociclistas mal encarados em câmera lenta.

Assista ao vídeo inteiro abaixo e faça air guitar pelo resto do dia:

Meu deus do céu, o Gorillaz lançou quatro músicas e um clipe

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O CAMPEÃO VOLTOU! O Gorillaz foi à BBC Radio 1, Radio X, e Beats 1 pra lançar quatro novas faixas do álbum Humanz, anunciado há alguns dias. Sim, quatro. As faixas contam com participações de D.R.A.M., Vince Staples e a Jehnny Beth do Savages; você pode assistir ao clipe de "Saturn Barz", com o Popcaan, abaixo. 

Ouça as três outras faixas no Spotify abaixo:

Uma entrevista com Serralheiro, o lendário DJ de reggae do Brasil

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Várias lendas sobre os DJs de reggae correm pelas bocas da cidade de São Luís, no Maranhão. Um dia me contaram sobre pessoas que trocavam carros por discos. Em outra, ouvi dizer também que rolou um tiroteio por conta de um mp3, e ouvi várias vezes a história de um DJ conhecido apenas como Serralheiro que, nos anos 70, embarcava em viagens às cegas para Kingston ou para Londres em busca da música que seria a pedra das pedras e que, quando encontrava tais discos, ele riscava os vinis que ficavam na loja para manter a exclusividade.

Edmilson Tomé da Costa, o Serralheiro, é um dos grandes responsáveis pela a introdução e estabelecimento do ritmo caribenho no Maranhão quando, nos anos 70, meio que a força, ele e alguns poucos DJs começaram a tocar música Jamaicana em meio a uma lambada e outra. Hoje, ele é considerado um dos DJs mais zica da maior cena musical do Estado.

Uma lenda viva e uma figura única, fala pouco. Sempre ressabiado com jornalistas e desconfiado a todo tempo, mesmo assim ele topou uma conversa com o NOISEY durante as gravações do vídeo "Por Dentro da Jamaica Brasileira, em 360º".

Apesar da saúde debilitada e da idade avançada, a memória e a língua afiada continuam muito bem. Saque aqui, na íntegra, o papo que batemos com um dos maiores DJs do Brasil:

NOISEY: Serralheiro, por que São Luís se identificou tanto com reggae?
Serralheiro: Quem começou o reggae aqui foi: Serralheiro, Natty Nayfson e Ribamar Macedo. Eu tentava tocar reggae nas festas e ficava todo mundo "Tira essa porcaria daí, rapaz". O pessoal botava uma lambada, um merengue e ficava assim. De vez em quando tocava um reggae, eu fui incentivando, Natty Nayfson e Ribamar Macedo foram incentivando também. Deu muito trabalho, mas quando pegou, compadre… Não acaba mais. Reggae aqui é uma doença.

Quando foi a primeira vez que o senhor ouviu uma música de reggae?
A primeira música de reggae, eu nem acredito, foi do Jimmy Cliff. Eu fiquei doido por reggae. Não tem gente no mundo que goste do reggae como eu.

Nas sua primeira viagem, você foi só com o endereço do hotel pra Jamaica?
Não falava nada do inglês. Sou o cara que tem mais coragem do mundo.

Foi com a cara e com a coragem.
É. Eu fui para Londres também. Todo mundo aqui falou. Falou na rádio: "O Serralheiro foi pra Londres. Não volta mais."

Mas não fui só uma vez fez, fui 28. E larguei uma mulher e ainda tenho um filho lá.

Jura?
É.

E para Jamaica, você foi quantas vezes?
Para a Jamaica eu fui 17.

Onde você achava os melhores discos, em Kingston ou Londres?
Londres é incomparável, ali tem muita coisa. Tem mais discos de reggae que na Jamaica. Porque na Jamaica tem som ruim. E lá eu me fiz. Trouxe discos demais, cara.

Foto: Felipe Larozza/VICE

Quantos discos o senhor tem hoje?
Tenho uma faixa de 500 discos, só.

O senhor guardou os melhores?
Só a nata, é só coisa boa.

E esses 500 discos que o senhor tem, mais alguém tem?
Não. Acho que não tem, não. Quando eu vou tocar, vai um monte de DJ escutar.

O que o senhor mais gosta de tocar?
Eu só gosto de tocar é reggae.

Nas festas, o senhor gosta de tocar só os reggaes antigos ou o senhor já chegou a tocar uns reggaes eletrônicos?
Reggae eletrônico nunca toquei. Eu tenho a radiola, mas as festas que eu ia tocar tinha um DJ que tocava bate-lata e depois eu tocava só roots. Mas nunca toquei, porque nunca gostei.

E a música de São Paulo, eletrônico, tem perna lá?

Tem, tem bastante.
Quando toquei lá, tinha mais ou menos 20 mil pessoas. É um lugar muito desgraçado de grande. Mas o reggae que os cara tocaram lá foi só rocksteady.

Serralheiro na Virada Cultural de São Paulo de 2011.

E os outros DJs de São Luís?
Aqui tem DJ igual bosta de coelho na Amazônia. Pior que todo mundo quer ser DJ. Aqui tem DJ demais, mas para ter nome é difícil. Para arranjar nome que nem eu, é difícil.

São quantos anos de estrada já?
Ah, eu tenho quase 30. Logo quando eu comecei com o radiola, até as minhas músicas aqui ninguém não tinha.

Já tentaram roubar músicas do senhor?
Eu sou o cara mais roubado. Eu quase que não dormia por causa disso. Aí, pensei: eu vou fazer um prefixo e bota no meio da música, aí acabou, eles não roubaram mais. Entrava no meio da música: "Serralheirooooo". Na época, a rádio dizia: "O Serralheiro está doido!". Hoje, todo mundo usa isso.

Dá o play nesse link para sacar o que é um prefixo de responsa.

E o que faz das músicas que o senhor escolhe serem melhores que as de todo mundo que toca aqui?
A quantidade de gente que vai nas festas que eu toco e não vai nas outras. Aqui, se tem uma festa e tá tocando um tipo de música, você vai bem ali, na outra festa está tocando o mesmo tipo de música. Eu consigo a diferença. O povo daqui gosta muito de reggae e entende.

E tem gente que chega: "Ô, Serralheiro, bota essa música de novo". E eu digo: mais tarde. Mais tarde eu não boto mais. Nunca gostei de repetir música.

O senhor frequenta as festas de hoje em dia por aqui?
Eu vou nas festas de rua quando a casa é cheia. Só de casa cheia.

E o senhor pretende continuar tocando por quanto tempo?
Enquanto aguentar. Sou fã do reggae.

O que significa o reggae na vida do senhor durante todos esses anos?
Os discos que tenho sempre vão estar na minha história. Lá na rádio, tinha uma festinha e eles colocaram Natty Nayfson, Ferrerinha, só a nata do reggae. Toda sexta-feira quando eu chegava lá, eles me falavam: "Quando você morrer, eu vou pegar aquela caixa de discos". E eu dizia: está bom. Um dia, fui fazer uma festa no interior e disse: "Pega essa caixa aqui e deixa lá no quintal". A caixa tinha 300 discos embalados, só filé. Perguntaram o que ia fazer. Eu disse: vou dar uma limpeza nos discos. Quando eles foram embora, fui na quitanda e comprei um bocado de álcool, peguei os discos e toquei fogo. Trezentos e poucos LPs.

Depois disso, eu me arrependi. Levantou um fumação preto que parecia fumaça de pneu. O povo da rua ficou tudo contra mim. Eu apago isso e não toco mais. Eu sou muito problemático.

E os discos que ficaram com o senhor até hoje?
Esses meus eu não vendo não, é a minha sequência.

Colaboraram Bruno Costa e Daniella Pimenta.

Leia mais sobre a cena reggae de São Luís, a Jamaica Brasileira:

O Kendrick Lamar lançou um single novo e anunciou uma suposta data de lançamento

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Então a limpa no Instagram não foi por nada. Marquem nos calendários, porque hoje, dia 24 de março, começa um novo capítulo da mitologia de Kendrick Lamar. Ele lançou uma faixa nova, "The Heart Part 4", que ataca todo mundo desde o presidente Donald Trump ("Donald Trump is a chump, know how we feel, punk") ao Big Sean (o Twitter quase explodiu especulando que a frase "My fans can't wait for me to son your punk ass and crush your whole lil shit / I'll Big Pun your punk ass, you a scared lil bitch" é direcionada ao rapper de Detroit), só pra vocês saberem que o K.Dot não tá aí pra brincadeira.  

Essa é mais uma parte da saga "The Heart", e as partes 1 a 3 estiveram em mixtapes ou, no caso da parte, foram lançadas antes do lançamento de um álbum – isso sugere que ela pode não estar no álbum (que ainda não tem nome, mas vai sair no dia 7 de abril, como o Kendrick anunciou na faixa) mas sua criatividade, com flows que mudam rapidamente e trocas de batidas, sugere que o que vier com certeza será *emojis de fogo* *emojis de 100*.

Ouça "The Heart Part 4" abaixo:

Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #21

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Dae gente nobre.

Já nem sei mais o que falar antes da playlist. Vô falar de novo que teve "muito lançamento"? Pô, toda semana tem muito lançamento. Tem muito artista no mundo. É louco esses bagulho se for pensar.

Inclusive, te dou 1 dado: eu gosto de indicar esse cálculo que o Frank Jav Cee usou em um dos seus vídeos, em que ele chuta que diariamente são lançados o equivalente a 11.782 minutos de música nova. Na semana então são 82.474 minutos de música pra ouvir.

Dá? Não dá.

Faço o que posso durante a semana e chego a essa lista aqui. Fiz o que pude. Conto com vossa compreensão.

Juntos, por um Brasil melhor.

Agora sim a lista:

----MELHORES DA SEMANA----

Iggy Azalea - "Mo Bounce"
Vou confessar que não sou lá grandes especialistas no que #tange a esses novos nomes do pop. Num ouvia nada desse povo aí, então não tenho opinião sobre os bagulho que veio antes. ESSA MÚSICA tá bem boa, batidão de extrema qualidade e a mina cantando me lembrou FERGALICIOUS aquele disco lá (o único que presta).

David Guetta - "Light My Body Up"
Não tem cara de David Guetta. Eu gostaria muito que tivesse cara de David Guetta. Tava bem afim de ouvir uns David Guetta agora. Uns "Shot Me Down" e pá. Ultimamente tô gostando mais de ouvir uns David Guetta. Enfim, música legal sim.

As quatro músicas do Gorillaz
Numa primeira audição eu só tinha gostado de "Ascension". A personagem que o Damon Albarn criou pra ele no Gorillaz tem um jeito de cantar cansadíssimo que realmente percebi que vai me incomodar eternamente. Então quanto menos ele aparecer, melhor. Mas enfim, ouvindo mais vezes, "Andromeda" tem uma melodia legal até. As outras duas totalmente dispensáveis.

Kendrick Lamar - "The Heart Part 4"
Daorinha. Galera já tá EMPOLGADAÇA. Eu achei: daorinha. Principalmente por mudar várias vezes a batida durante a música. Isso aí foi top.

CPM 22 - "Ser Mais Simples"
Tá com voz cansada hein Badaui? HC o negócio cobra do corpo mesmo, os anos de pulinhos e berros e os caralho. Mas viu, ultimamente eu ando ouvindo mais uns HC, então a música mesmo eu gostei. Mesmo com essa voz cansadaça.

Péricles - Deserto da Ilusão
É um disco legal de pagode. As boa mesmo pra mim ficaram no fim do disco. "Lugar Comum" e "Virtude de um Ser".

Aviões - No Comando 2017
Eu ainda não entendi se tá oficializado que o Aviões do Forró agora é só "Aviões". Prefiro Aviões do Forró. Enfim, primeiras músicas sem Solange Aviões e sem Riquelme da Batera. No #overall, o Xand deu conta e lançou quatro músicas boas bem boas de boteco. Vida que segue.

Trey Songz - Tremaine The Album
Fui ouvir esse cara com o famoso pé atrás mas olha que é um disco bom de rap sim. Tem seus momentos top lá no meião, principalmente.

Voz de Nando - "Nemesio"
Até o final de 2017 tentarei convencer você a ouvir uns norteño. Ainda não sei como fazer isso, mas tentarei. Ouça uns norteño. É daora.

Raekwon - The Wild
Baita discão de rap. Samplers da melhor qualidade, aprovados pelo Ministério da Agricultura.

The Jesus and Mary Chain - Damage and Joy
Pros indie velho que pirava no Psychocandy, esse disco acredito que esteja perfeito. Nunca pirei no Psychocandy não. Nem no Darklands. Nem em qualquer outro. Mas o disco aí é bom sim (não é de pirar).

Goldfrapp - "Moon In Your Mouth"
Mais uma lentinha da Goldfrapp. Dessa vez eu tenho total certeza que minha expectativa em cima das músicas dela é muito alta, aí acabo achando tudo que tá vindo "não tão boa assim". Essa aí eu achei "não tão boa assim". Mas certeza que o errado sou eu.

Pixote - Chiclete
Faltou uma pitadinha de #ousadia nas melodias e timbres e tudo mais. Mas a nível de pagode, tá top.

Drake - More Life
Eu não gosto muito da #persona Drake, do cara querer ser o Spike Lee do Toronto Raptors e tals, aí nunca fui de ouvir as coisas dele não. Agora que sou obrigado a tal daí ouvi. E é um disco bom mesmo. Tirando as que cês tão ligado (t-r-a-p-d-e-m-a-i-s)

Soulwax - From Deewee
O Soulwax foi soltando os singles um atrás do outro e eles isoladamente não pareciam lá grande coisa. Porém juntando tudinho num disco a coisa melhora bem. Puxa meio do electroclash (por favor, não voltem), puxa meio do Kraftwerk anos 2000 ( Tour de France pá), puxa 15% do disco punk. Aí dá esse bagulho aí. É daora sim.

----AS ATÉ QUE BOAS DA SEMANA----

Wagakki Band - Shikisai
Banda do gênero musical "música do Naruto saindo na porrada", ou seja, rockinho pesadinho com instrumentos típicos japoneses lá. Aquele banjo deles e aquela flautinha deles lá. É legal pra quem é naruteiro.

Minimalista - Banzo
Há uns 10 anos atrás, quando eu tava muito mais interessadinho nessas nova MPB, eu ia curtir mais. Hoje já não curto tanto assim. Mas é bom. Mas é a mesma coisa de 10 anos atrás também.

John Legend - "In America"
R&B aceitável. Um pouquinho chatinho, mas nem tanto assim. Dá pra passar batido.

Blondie - "Long Time"
Terceiro single do #novo do #Blondie. É a mais anos 80 das três, no bom e no mal sentido, com vários efeitinhos que, sinceramente, sei lá por que estão aí. É ok, mas sei lá também. Não tô com grandes expectativas para o que vem mais pra frente não.

Black Lips - "Can't Hold On"
Rockzinho sujinho bonzinho okzinho de se ouvir.

Bonnie "Prince" Billy - "Wallins Creek Girls"
Folkzinho tradicionalzinho do """Prince""". É ok, já ouvi melhores.

Take That - Wonderland
Antes de mais nada, tem que tar ciente que é o Take That sem o Robbie Williams. Ciente disso, é um bom disco sim, mas deixou a impressão que foi mais eles ouvindo o que tá rolando de pop nas FM do mundo e pensaram "ah mas isso aí eu sei fazer também". Aí fizeram. Mas aí é 0% ousadia também.

Plutão Já Foi Planeta - A Última Palavra Feche a Porta
A voz da mina aí não me agradou mesmo. Faz parte. Mas as músicas são bem BEM feitinhas, bem pra frentex, animadinhas pá. Bom pop rock. A voz da mina não me agradou.

RuPaul - American
Eletronicozinho aceitável até. Ouvi muito desses na Metropolitana FM há uns 20 anos atrás.

Popcaan - "Good Body Gyal Dem"
Dancehall bonzinho até. É isso.

Maximo Park - "Get High (No, I Don't)"
É boa, é boa. Tá na mesma #pegada das coisas que eles faziam há uns bons 10 anos atrás.

!!! - "The One 2"
Eletrônico legalzinho, mas acho que curtia mais isso aí no passado. Hoje em dia já acho ok só.

Thurston Moore - "Smoke Of Dreams"
Boazinha. O improviso no meio da música é daora, mas é só isso também.

Otoboke Beaver - "Love Is Short!!"
Era uma vez um duo feminino japonês chamado Afrirampo que era uma das coisas mais legais que teve de rock na última década, mas que não existe mais. TALVEZ essa banda venha a ser uma boa substituta. Ainda não é.

----AS BEM MÉDIO DA SEMANA----

Saint Etienne - "Heather"
A princípio achei bem médio essa música meio britpop meio electroclash meio qualquer variação de rock/eletrônico que não seja atual. É médio.

Falling In Reverse - "Broken"
Bom, é uma banda desses emocore aí que continua fazendo seus emocore aí, AO CONTRÁRIO DO LINKIN PARK AQUELE BAGULHO REVOLTANTE.

ZAYN - "Still Got Time"
É um pop aí bem Calvinharrizão. Nada de nada de novo.

Keila - "Tecnobrega É o Poder"
Essa parada de tecnobrega muito produzidão eu não caio não. Se vocês caíram antes aí, tudo bem, podem cair de novo.

PINS - Bad Thing
EP ok de uma banda pra lá de ok só. Rockzinho inglês meio que sei lá. Ok só.

Thiago Brava - "Se For pra Não Causar Eu Nem Vou"
Mais um funknejo meia boquinha do Thiago Brava. O importante é que está indo no caminho certo. Uma hora sai coisa boa daí. Dessa vez não saiu.

Diana Krall - "L-O-V-E"
Jazzinho de bar que toca trio de jazzinho, cheio dos improvisinho. Se muito, a Diana Krall cantou por 1 minuto, pareceu.

Guided By Voices - "Dr. Feelgood Falls off the Ocean"
Okzinho. Nada de mais. Valeu valeu, vamo pra próxima.

----A DO HAIKAISS DA SEMANA----

Haikaiss - Teto Baixo
Primeiramente durante a semana eles lançaram "Raplord" e eu já tinha escrito sobre a música sem saber que ia sair o disco na mesma semana. Vou pôr aqui porque serve pra maioria das músicas: "Batida e melodia pra lá de senso comum nas produção de moleque que tem programa de edição no computer, e um papo que eu não tenho a menor vontade de prestar atenção".

Ponto.

No geral, o disco é razoável, muito melhor do que eu imaginava quando ouvi "Raplord". Até entendo que deve ser divertido ver os cara ao vivo e pá. Mas ow, se me permitem, vou aproveitar o espaço pra falar qual que é o meu problema com a molecadinha do rap/trap: os moleque aprendeu a mexer nos programinha de computer, nos FL Studio da vida, os moleque faz milagre nos programinha. Só que aí os moleque que produz uns trap SÓ OUVE outros moleque que produz uns trap. Aí tamo há uns bons cinco anos ouvindo os mesmos timbres, as mesmas batidas, o mesmo esquema melódico. Se as batidas são tudo igual, então o que muda é o que os cara canta, certo?

O QUE QUE ESSES CARA TEM DE TÃO RELEVANTE PRA FALAR QUE AINDA NÃO FOI DITO PELAS CENTENAS DE RAPPERS QUE SURGIRAM ANTES DELES?

Se não tem nada novo nos timbre, não tem nada novo na batida, não tem nada novo nas rimas, então eu prefiro ficar com meus disquinhos dos anos 90 mesmo. Que os cara não era PREGUIÇOSO. Ó essa capa do Grandmaster Ney, se o cara não era o Indiana Jones brasileiro. Pesquisando som pra caralho, tendo que ir pra selva escavar um disco atrás de uma batida que ninguém (obs.: "ninguém" vem a ser o inverso de "TODO MUNDO") tinha.

Ow. Cês tão muito na moleza.

----AS RUIM----

The Cranberries - "Why"
Não sei quem que eu agradeço que essas baladinha de violão ultimamente não tá pegando é nada. Agradeço os cara do trap? Se for então obrigado aos cara do trap. Porque essas baladinha de violão realmente não tá pegando mais é nada.

Bonde da Stronda - "Foge Comigo"
Mais um trapzinho aí. Chato.

Café Tacvba - "Que No"
Voz-violão chatíssimo que depois vira um pop-rock chatíssimo.

Ludovic - "Inexorcizável (Um Zumbido Ensurdecedor)"
Bem chatinho os bagulho tudo aí. Tudo.


Para a Metanol FM, o futuro está no passado

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"Eu toco imagens". Foi assim que Cauê Ueda, aka U-RSO, definiu o seu trabalho como produtor visual na Metanol FM, núcleo audiovisual paulistano de experimentações eletrônicas. Desde a sua formação, em 2009, quando deixou de ser só uma rádio online, comandada pelo DJ e músico experimental de 39 anos Akin, para se tornar um coletivo de festas e intervenções artísticas com cinco produtores, a Metanol tinha como objetivo disseminar novos caminhos da música eletrônica. 

"Por isso que desde o início chamei o U-RSO, para podermos investir na parte visual do projeto. Isso [o trabalho visual] abre mais uma possibilidade de experimentação no nosso trabalho e, consequentemente, renovação da cena que a gente tá sempre buscando", disse Akin. 

Só que, pro Ueda, simples projeções de imagens em festas em conjunto com o som não são mais algo tão inovador. "Você pode encontrar esse tipo de trabalho visual em várias festas e eventos. Qualquer um pode projetar imagens numa balada e se denominar VJ". Mas ele explica que o que a Metanol faz não é apenas isso: "Eu, por exemplo, tenho pavor de ser chamado de VJ. Muito porque acho que é quase como um rótulo, que restringe o meu trabalho visual no coletivo". Por isso ele prefere ser denominado como alguém que "trabalha imagens em consonância com o som".

Formado em audiovisual, U-RSO, de 38 anos, tem uma produtora chamada Tamago e sempre trabalhou com direção de fotografia. "Percebi ao longo da minha carreira que eu tinha um vício de dar muito mais importância pra imagem do que pro som. E isso tem muito a ver com a nossa cultura ocidental, que é bem imagética", explicou. Esse seu "vício" acabou virando um incômodo, e ele percebeu que queria dar ao áudio valor semelhante ao que dava para a imagem. "A Metanol veio nesse momento e acabou se tornando uma espécie de exercício de não fazer o que eu já faço pra mim, que é tentar fazer música com imagens."

O sistema que ele usa pra fazer as projeções nas festas ou intervenções da Metanol é todo áudio reativo, ou seja, as imagens vão se formando sendo influenciadas diretamente pela música que algum dos outros membros do coletivo está tocando. "Mas vai muito além de apenas traduzir ou 'completar' imageticamente o house ou o beat de hip-hop que eles tão tocando", comentou Ueda. "Existe um diálogo visual-áudio, uma troca entre as duas esferas. Por isso, não é como se eu fosse 'a identidade visual da Metanol'. Eles me influenciam com o som deles, mas eu também os influencio com as minhas imagens. É como se eu fosse outro músico, só que o meu gênero fosse imagens."

E, para as imagens — tanto em movimento quanto paradas — das projeções da Metanol, U-RSO usa todos os tipos de tecnologias: tanto as mais avançadas quanto aquelas mais obsoletas. "A gente gosta de subverter as ferramentas, seja samplers, sintetizadores, a câmera analógica, o VHS, o que for, e fazer algo diferente daquilo que já é esperado pelas pessoas", explicou o produtor visual. "Também tentamos não nos limitar às ferramentas para a execução do nosso trabalho, porque elas estão mudando o tempo todo."

Sobre a tendência a ser explorada pelo audiovisual no futuro, Ueda crava que o futuro está no passado. "É algo quase pendular. Quando o passado vira presente, aí não é mais dahora o passado, e a gente vai começar a olhar pro futuro, tentando inventar alguma coisa nova que provavelmente alguém já inventou", explicou o produtor, que também disse que hoje em dia usa tecnologias que, quando era mais novo, achava uma merda. "Agora eu sou mais velho e sei explorar essas ferramentas mais analógicas de outras maneiras também. Mas, claro, sempre alinhando com o digital, porque não é uma questão de negação [do digital], mas de complementação [com o analógico]."

Para Akin, além dessa volta ao passado que U-RSO julga ser a chave da inovação da estética audiovisual (e artística como um todo), outra perspectiva de evolução importante seria como a tecnologia poderia, no futuro, auxiliar as ferramentas de som e imagem a se tornarem mais amplas e responsivas no quesito sensorial. "A gente já tem utensílios o suficiente pra atender às demandas do audiovisual, mas existem situações específicas, por exemplo, alguém portador de deficiência visual ou auditiva", disse Akin. "Eu fico pensando: como que a tecnologia poderia evoluir pra poder trazer soluções para que eles possam perceber som ou imagem, respectivamente, da mesma maneira que alguém com visão e/ou audição perfeitas percebe. Não é só na estética artística, mas também nesse ponto que a gente espera ver evolução da tecnologia."

A Metanol na Casa Air Max é parte da ação que comemora o Air Max Day 2017, promovido pela Nike. Semanalmente, feras da música contemporânea brasileira se reúnem para projetos especiais que celebram o legado do Air Max, icônico sneaker da marca lançado em 1987. O tema dessa semana é "Tecnologia" e celebra o VAPORMAX — um tênis de corrida (e não de sportswear como os outros Air Max) que usa a tecnologia AIR, uma revolução que começou 30 anos atrás.

Alinhada com esse clima de tecnologia e inovação, a Nike convidou o coletivo Metanol para se juntar a mais três artistas visuais e criar projeções de imagem e som na casa Air Max no próximo sábado (25), em São Paulo. O evento não será aberto ao público.

Relembrando Chuck Berry e seu complicadíssimo legado

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Matéria originalmente publicada no Noisey US .

Você conhece o Chuck Berry. Antes mesmo de sua morte aos 90 anos no dia 18 deste mês você conhecia seu nome, seu jeito de tocar guitarra ou de alguma forma tinha noção de seu legado. Sucessos não lhe faltam. Faixas como "Maybellene" e "Johnny B. Goode" são pilares sustentando o peso do gênero que ele ajudou a criar. Repita comigo: ele ajudou a criar todo um gênero musical. "Rock and Roll" pode soar como algo datado diante do caldeirão de 2017 (ver More Life de Drake). Nascido de músicos negros e gêneros criados por estes, como jazz e rhythm and blues e, por mais que Berry tenha sido pioneiro do gênero musical mais influente do planeta, o status de Chuck enquanto herói negro e americano sempre foi alvo de disputa por conta de suas próprias falhas.

A forma grosseira e confusa com a qual Berry tratava as mulheres deveria pesar tanto quanto sua música, mas na maioria dos perfis publicados por aí não vemos isso. Fica a questão no ar: é possível separar o artista da arte? As transgressões de Berry o tornam alvo de comparação com nomes como Bill Cosby e Mel Gibson, com a diferença de que entre Cosby e Gibson este primeiro é um ícone apenas para alguns na comunidade negra e o outro passa por uma espécie de redenção enquanto este texto é escrito. O clichê "nunca conheça seus ídolos" pode ser readaptado para Berry da seguinte forma: "nunca descubra tudo sobre seus ídolos".

Chuck Berry nasceu em St. Louis, Missouri, filho de uma família de classe média em condição que lhe permitia dedicação à arte. A música o tocou logo cedo e no ensino médio ele já estava tocando por aí. Seu primeiro encontro com a lei também aconteceu na época de estudante da Sumner High School em 1944 — preso por assalto à mão armada. Após cumprir pena, Berry casou, fez uns bicos aqui e ali inclusive como operário de uma montadora de automóveis, mas nunca deixou a música de lado. No começo dos anos 50, Berry deixou para trás as bandas de St. Louis para tocar com Johnnie Johnson, pianista de jazz e blues que viria a ser seu parceiro por um bom tempo.

A essa altura, Berry sabia se vender como músico. Com a intenção de ir além do público negro, ele misturava country em meio aos sets de rhythm and blues. Após um encontro com Muddy Waters em 1955, sendo apresentado ao dono da Chess Records, Leonard Chess, Berry gravou "Maybellene", que chegou a vender um milhão de cópias. Ao final da década, havia se tornado um astro de fato. Uma declaração em sua famosa entrevista de 2002 à Esquire mostra o que o fez chegar lá: "Me impressiono quando as pessoas dizem 'quero descobrir quem eu sou'. Eu sempre soube quem eu era. Eu ficaria famoso nem que precisasse morrer pra isso".

Para fins de perspectiva: ao longo dos quatro anos após o lançamento de "Maybellene", Berry emplacou uma dúzia de singles (quatro deles entre os dez maiores sucessos nos EUA), participou em dois filmes, saiu em turnê com Buddy Holly e definiu todo um gênero que tantos outros artistas tentavam copiar. Quase 20 anos depois, "Johnny B. Goode" foi enviada ao espaço no projeto Voyager Golden Records, quando a espaçonave foi lançada em 1977. Sua música era tão importante que um grupo de cientistas da NASA optou por incluí-la em meio a obras de Beethoven, Stravinsky e Mozart.

Sua presença de palco combinava com sua ética trabalhista no sentido de captar a atenção do grande público. Passando pelo palco com sua icônica "duck walk" ou com outros passos mais ousados, Chuck era diferente de tudo que as pessoas haviam visto até então. Ele contorcia seus impressionantes 1,87m nas mais variadas posições, tudo enquanto cantava ou balançava sua guitarra, muitas vezes fazendo tudo ao mesmo tempo. Um de seus maiores feitos era tanto ser um ícone negro quanto um ícone norte-americano. No auge da fama, Berry voltou a St. Louis, onde era tido como uma lenda, abrindo sua própria casa noturna Berry's Club Bandstand em 1958. E foi ali mesmo que o herói do rock foi ganhando contornos vilanescos.

Um negro havia se tornado o rosto de um novo gênero musical que assolava o país e mesmo assim ele se esforçava para acabar com isso.

Até aquele momento, Berry havia feito de tudo para chegar ao topo. Um negro havia se tornado o rosto de um novo gênero musical que assolava o país e mesmo assim ele se esforçava para acabar com isso. Em 1959, Berry foi preso com base na Lei de Mann por transportar uma jovem Apache de 14 anos entre estados com propósitos imorais. O suposto motivo era empregá-la em sua casa noturna como guarda-volumes, mas tinha mais coisa por trás daquilo. Após uma série de julgamentos e recursos, Berry passou um ano e meio preso. Durante o tempo atrás das grades, artistas como os Beatles gravaram suas músicas, fazendo delas seus sucessos.

Em recente entrevista ao New York Times, Dave Chappelle falou sobre ícones negros que morrem cedo ou cujas reputações caem em desgraça. Quando o entrevistador menciona Bill Cosby, Chappelle fala sobre como é ser negro e ver o número de seus heróis, já reduzido, diminuir ainda mais:

O lance com Bill Cosby foi dureza pra mim. Não falo isso de forma a diminuir a situação de suas vítimas, mas o cara era meu herói. Tanta coisa ruim aconteceu com nossos ídolos: Muhammad Ali teve Parkinson; Richard Pryor teve esclerose múltipla; Prince morreu jovem demais. Já Bill parecia ser um dos caras que iria até o final e morreria de velhice mesmo. Daí aquilo aconteceu. Meu deus, é terrível.

Da mesma forma que Cosby era um herói para Chappelle, Berry era (e ainda é) um ídolo para tantos outros. Da mesma forma que Cosby (e Gibson) acabaram sendo expostos, descobrimos que Berry também podia ser prepotente e repulsivo. Ele até mesmo admitiu anotar suas aventuras sexuais para um possível livro. "Tenho um computador cheinho", disse Berry sobre tais relatos em uma entrevista de 2010 com a Rolling Stone. Na mesma entrevista ele ainda menciona ter milhares de imagens explícitas, o que é de arrepiar levando em conta seus problemas legais envolvendo mulheres.

Após sair da prisão em 1963, as décadas seguintes reservaram para Berry uma queda na popularidade, apesar de turnês sem fim. Ao final dos anos 80 ele comprou um restaurante a 45 minutos de St. Louis e passou a administrá-lo. Diversas mulheres o processaram ao longo dos anos 90, afirmando que ele havia instalado uma câmera no banheiro feminino. Berry se defendeu ao afirmar que a medida fora tomada para flagrar uma ladra, mas uma ação policial descobriu fitas com imagens de mulheres no banheiro – incluindo uma menor. No final, ele acabou fazendo um acordo com um total de 59 mulheres.

Seus primeiros problemas com a lei ocorreram em paralelo com a batalha por sua raça. Durante a época como proprietário de casa noturna e em meio ao sucesso nacional, Berry foi convencido de que a polícia caía em cima dele por conta de sua associação com mulheres brancas. Isso poderia muito bem fazer sentido na época de sua prisão em 1959, mas não muda o que aconteceu com as gravações ilegais dos anos 90.

Mas isso também não apaga tudo que ele fez por tantos outros músicos — brancos ou negros — e pelo rock. Berry se inspirou na história negra da música e a lançou rumo ao futuro, e apesar de todas suas falhas, suas criações e influência atingiram positivamente milhões, se não bilhões de pessoas. Seu legado é complexo, seu status de lenda é inegável, e ele mesmo é, talvez felizmente, insubstituível.

Foto cedida pelo Acervo de Michael Ochs 

Austin Bryant é produtor e jornalista residente em Boston. Siga-o no Twitter .

Tradução: Thiago "Índio" Silva

A busca continua na playlist que a Metanol FM preparou pro Air Max Day

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Tem sete anos que a Metanol FM tá aí na luta de tentar encontrar novos caminhos para música eletrônica em São Paulo. Além de criar conexões entre som e imagem por meio dos seus eventos audiovisuais, o coletivo paulistano, encabeçado pelo DJ e produtor Akin, também sempre prezou muito por um trabalho de curadoria musical que buscasse encontrar novas sonoridades ainda não exploradas no mainstream das festas da cidade. E, pro grupo, é esse um dos diferenciais do trabalho deles.

"A Metanol gira muito em pesquisa de música/sons novos", disse U-RSO, produtor de imagens do coletivo. "Não é que a gente não goste da Beyoncé e do Flying Lotus, mas tentamos sempre ir além do que está restrito ou em serviços de streaming. E todos nós do coletivo, seja aquele que curte mais um house ou um techno, seja aquele que curte mais urban beats, hip-hop, temos a preocupação de ouvir muito experimental, coisas bizarras e esquisitas, por questão de repertório musical mesmo".

A pedido da Nike para o Rebels on Air, os cinco produtores (Akin, MJP, Soul One, U-RSO e Vekr) montaram uma playlist com as músicas que dão mais ou menos o clima da Metanol. Ouça abaixo:

A playlist da Metanol faz parte da ação que comemora o Air Max Day 2017, promovido pela Nike. Semanalmente, feras da música contemporânea brasileira se reúnem para projetos especiais que celebram o legado do Air Max, icônico sneaker da marca lançado em 1987. O tema dessa semana é "Tecnologia" e celebra o VAPORMAX — um tênis de corrida (e não de sportswear como os outros Air Max) que usa a tecnologia AIR, uma revolução que começou 30 anos atrás.

No último domingo (26), a Metanol FM esteve com Tropkillaz, o pessoal do Cyphair e Emicida na festa de encerramento das cebelebrações do Air Max Day 2017. Nós transmitimos a festa, bastidores, e muito mais. Se liga aí:

Veja o clipe de "Noites", single de estreia do rapper Dril

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Depois de ter gravado uma participação em "Malandro Demais", faixa do Flor de Lótus, último disco do Dexter, o Dril se prepara para botar na rua o seu primeiro material autoral. E, nesta segunda-feira (27), o rapper baiano radicado em Santos lançou o seu clipe para "Noites",  seu single de estreia, que você pode assistir abaixo.

Com beat do produtor Blood — que produziu "Eu Compro", dos Racionais MCs, e "Respeito É Fundamento", do Dexter com o Kamau —, a música ganhou um clipe gravado no litoral santista e dirigido pelo Rodrigo Dighão. "O Dril é a minha grande aposta pro rap nacional em 2017", disse Blood.

O single deve fazer parte do primeiro disco do Dril, que ainda não tem título nem data de lançamento, mas que vai contar com produção de nomes como  Renam Saman (5 pra 1), André Laudz (Tropkillaz), Mãolee (Filipe Ret), Nave Beatz, além do Blood. "O disco vai ter influências de artistas modernos, como Anderson Paak e The Internet, por exemplo", disse Dril. "Mas também tem muita coisa inspirada em rap golden era, g-funk, neo soul, samba e MPB, além dos grandes mestres do rap brasileiro".

Assista ao clipe abaixo:

Ficha técnica

Produção: Guilherme Lima, Dril e Crispiniano Bispo
Direção: Rodrigo Dhigão e Blood
Roteiro: Dril
Lettering: Fabrizio Scott
Produção executiva: Guilherme Lima e Niggaz Wear
Apoio: Niggaz Wear e TUDUBOM Records

Assista o Negro Leo se divertir pela cidade no clipe de "Fera Mastigada"

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Água Batizada, lançado no ano passado pelo maranhense Negro Leo, é fruto de psicodelia, bom humor, música pop e romance. Como acompanhamento para uma das músicas mais ternas do disco, "Fera Mastigada", Leo resolveu lançar um clipe que une todas essas características.

O vídeo, gravado em quatro localizações no centro de São Paulo (Praça da Sé, 25 de Março, Viaduto Santa Efigênia e o ateliê do artista paulistano José Roberto Aguilar) mostra um Leo pulando pelas ruas da cidade, brincando com uma tela de chroma key e flutuar sobre imagens de aliens e erupções vulcânicas. "A gente queria um lance que tirasse a coisa documental das externas e que mantivesse a coisa num patamar fantasioso", diz Leo. "E, também, brincar com esses videos de banda de hard rock dos anos 70, 'Pluct, Plact, Zum!', etc." 

O clipe foi produzido pelo cineasta Gregório Gananian, que conta que a ideia do clipe foi explorar o que o videoclipe representava no imaginário dos anos 90, e como isso reverbera hoje. "A gente resolveu trabalhar com o chroma key — não o chroma key da qualidade, mas sim como um libertador que abriria algumas camadas ruidosas pra outro portal. Trabalhar com o extremo da imagem, mas com alguns clichês mesmo." Para Gregório, o clipe também se relaciona com como a música de Leo é "quase uma realidade virtual que você pode entrar por qualquer lugar".

Para estender essa ideia, foi gravada em plano-sequência uma segunda versão do clipe, em que este era exibido com a cidade como seu pano de fundo. "Quando a gente terminou o primeiro corte, me veio na cabeça que essas imagens, esses cortes — tudo isso, pra gente, que já trabalha com camadas de apreciação das coisas, teria que ser visto novamente por uma câmera", conta. "Esse clipe poderia se executar perpetuamente: cada pessoas pega, filma ele, vai filmando essas telas até surgir um portal novo de tantas imagens num túnel, que leva pra outro lugar."

Assista as duas versões de "Fera Mastigada" abaixo:

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