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O MC mineiro Matéria Prima expande os horizontes no novo disco '2 Atos'

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O Matéria Prima está na música há miliduca, seja integrando o lendário grupo Quinto Andar, o Subsolo, a banda Zimun, ou em carreira solo. No ano passado, ele se aventurou em uma outra praia, um lance mais tranquilo, com bases diferentes, explorando outros ares com o lançamento do single "Feito de Barro/Porque", com produção do Gui Amabis. Os dois sons na verdade fazem parte de um show/performance chamado 2 Atos,  dirigido por Gracê Passô e com direção artística do Rui Moreira. 2 Atos também é o nome do disco que sai nesta terça-feira (17) com exclusividade aqui no Noisey e conta com 10 faixas, que além de Matéria Prima e Gui Amabis, tem Edgard Dedig (guitarra), Ravel Veiga (baixo), Lenis Rino (bateria) e Barulhista (eletrônicos).

Para entender um pouco mais sobre o disco, que não tá dentro da dicotomia trap x boom bap, como a expansão dos horizontes sonoros se mostrou uma alternativa e porque Belo Horizonte tem aparecido muito mais para o pessoal de São Paulo no quesito hip-hop, troquei uma ideia com o Matéria Prima. 

Enquanto você lê o papo, escute o 2 Atos no player abaixo.

Você sempre se mostrou bastante cabeça aberta, chegou até a gravar com o Constantina , em Pacífico . Por que investir em uma sonoridade diferente, fugir do trap, do boom bap?
Pra ampliar o leque de atuação do rap. Fazer as pessoas refletirem que se pode ir além do convencional e desmarginalizar. E também sair da zona de conforto.

O Gui Amabis é um cara conhecido por trabalhar bastante com trilhas pra cinema. Como rolou esse contato com ele pra criação da performance 2 Atos e da gravação/produção do disco?
Gostei do Memórias Luso-africanas e dos trabalhos prévios com a Céu. Com os recursos do Edital da Funarte para fomento de artistas negros, surgiu a possibilidade de fazer esse trabalho com ele. Entramos em contato, e deu tudo certo. O Gui é um cara massa.

O Arthur Verocai lançou um discão depois de mó cota e chamou o Brown e o Criolo pra cantar lá. O Diomedes Chinaski lançou um som com direito a piano e o caralho . O próprio Ogi usou de um monte de instrumentos orgânicos no Rá! , como as guitarras do Kiko Dinucci e os sopros do Thiago França. Você acha que esse lance mais orgânico, menos sample e beat, é a nova onda do rap por aqui?
Eu faço parte de um grupo de BH chamado Zimun, que já tem mais de cinco anos e é no formato banda. Tudo isso eu trouxe da bagagem que adquiri com o nosso processo de formação e com as demais influências como The Roots e Digable Planets, aquela banda do show em que a gente se encontrou (risos).

"Feito de Barro" é um som que eu achei foda de cara. A produção, sua caneta, tudo, é uma música completa, um dos melhores sons do ano passado, sem dúvida. Queria saber qual é a história por trás dela, como ela foi feita, a partir do que rolou essa ideia de "porque você é feito de barro e me atirando lama, também faz parte de mim".
É sobre a facilidade de apontar os erros do outro e não refletir sobre os seus. É uma releitura do jogam pedra com teto de vidro nesses tempos dessa onda de ódio irrestrito. Mas todo trampo tá sujeito a um monte de interpretações, né? Não precisa ser colocado numa caixa...

Tem um som em inglês no disco, "Waiting for the Bus". Li que você aprendeu inglês sozinho e inclusive foi o intérprete do Bambaataa quando ele veio pro Brasil. Por que colocar um som em inglês num disco que muitos poderiam colocar a tag de MPB e qual a sua relação com esse idioma?
Nesse disco, eu tive a chance de experimentar, ter a liberdade de expandir pra além do que já tinha feito. Essa música tinha uma outra letra, mas um dia, no ponto de ônibus, vi um senhor que chamou minha atenção e tirei uma foto dele escondido (risos)! Daí comecei a pensar num som baseado na foto, que é essa daqui.

Aí eu tive a sorte de "ganhar" do cosmos essa música em inglês (risos)! O lance do inglês é que eu andava de skate e sempre pesquisei as revistas, e, na época, as que tinham eram mais as gringas. Depois, as letras dos raps que ouvia e fui desenvolvendo uma facilidade. Teve uma época em que eu beirava o inconveniente, falando inglês em toda chance que tinha pra praticar, mas isso resultou, anos mais tarde, até numa chance de traduzir uma palestra do Bambaataa.

Belo Horizonte sempre teve um movimento forte de hip-hop, principalmente com o viaduto Santa Tereza e as batalhas que rolam por lá. Muitos artistas mineiros começaram a ter mais espaço, como a galera do DV Tribo . Você acha que tem mais gente produzindo em BH ou a galera começou a pensar fora do eixo Rio-SP depois de "Sulicídio"?
Bem, antes da Família de Rua — a maior agitadora do hip hop por aqui — se formar, já existia um flerte do rap local com outros estados, inclusive nas produções. Gurila Mangani e Enece já cruzavam o Brasil fazendo pontes com vários lugares através de seus beats, por exemplo. Agora, aos poucos, BH tem chance de mostrar a que veio.

Nesta quarta (18) já vai rolar um show de lançamento. Ele vai seguir esse esquema performático dos outros shows ou vai ter alguma surpresa?
Esse show tem uma pincelada cênica, que é dirigida pela Grace Passô e tem a direção de arte de Rui Moreira. O teatro propicia uma ambiência densa, que deixa a música mais poderosa. Vamos dar sequência ao plano de dominar outros palcos (risos)!

Matéria Prima — 2 Atos em Belo Horizonte
Quarta-feira, 18/01, às 20hs
Galpão Cine Horto
Rua Pitangui, 3613 - Concórdia
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)


The Noisey Questionnaire of Life - Camp Cope

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We invited Camp Cope into our offices to take part in The Noisey Questionnaire Of Life.​ In this episode we ask the Melbourne band a few quick fire questions about Snapchat filters, airline seating, play ground torture and a whole lot more. In return, Kelly, Georgia and Thomo, reveal a lot about themselves including the fact that Georgia has tattoos of Jimmy Barnes lyrics in Greek but has never experienced a wedgie. Obviously we asked them the most burning question in life - Monica, Phoebe or Rachel?

Ouça o novo disco do HAB, 'Pessoas Não'

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O grupo de post-rock (na falta de termo melhor) guarulhense HAB lança nesta quarta-feira (18) o seu segundo disco, Pessoas Não. Você pode ouvi-lo, com exclusividade do Noisey, no final do post.

Diferente do primeiro disco homônimo, que é mais post-rock instrumental, Pessoas Não explora uma pegada mais afro-punk do projeto, com uma a percussão em geral mais marcante, mas sem perder a a pegada rock do grupo. "O que quisemos nesse disco foi tentar expandir o tempo", explicou o guitarrista Guilherme Valério, que encabeça o projeto. "Luar Radiante" é a que mais representa esse novo jeito do grupo de explorar a música de matriz africana. "Estávamos ensaiando para musicar um filme e o [baterista] Thiago Costa Babalu trouxe essa levada meio kuduro pra essa faixa. Eu já queria tocar mais kalimba e isso que o Babaulu fez foi estimulante para ter uma outra relação com o tempo, mais lento e mais dilatado."

O disco também traz tem mais faixas com letras do que o primeiro, que é mais instrumental. Só que elas aparecem muito mais em forma de mantras do que de canções propriamente ditas, o que casa com a ideia do grupo de fazer um som com o intuito de transcender e buscar luz.  "Pessoas Não é uma reverência a forças vibracionais de outras dimensões na qual podemos ter acesso através de forças ocultas. É uma maneira de vibrar positivamente com essas almas", disse Guilherme. "Essa ideia de ir além desse plano permeia o disco, às vezes de maneira mais mundana, às vezes mais espiritualizadas."

O grupo lançou dois clipes pro disco: o de "Luar Radiante", dirigido pelo Marcelo Delamanha, e o da faixa-título, que contou com a produção da Quitanda Filmes.  Com masterização de Amilcar Farina e montagem de Acauã Novais, Pessoas Não contou com Marco Nalesso na guitarra, percussão e flauta;  Rodrigo Hara no baixo, Marcos Gerez (Hurtmold) no sintetizador e guitarra e Luciano Valério no sampler e efeitos. Ouça abaixo:

O disco também está disponível no site do selo Desmonta.

Ficha Técnica

Guilherme Valério – kalimba, guitarra e voz
Marco Nalesso – guitarra, percussão, flauta e voz
Thiago Costa – bateria e voz
Rodrigo A Hara – baixo
Marcos Gerez – sintetizador e guitarra
Luciano Valério – sampler e efeitos

Letras e vocal por Guilherme Valério
Mixado por Thiago Costa e HAB
Masterizado por Amilcar Farina

Arte: Guilherme Valério
Montagem: Acauã Novais

Luziluzia e a alegria de saber festejar sozinho

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Você pode não ter ficado sabendo, mas finalmente saiu o novo EP do Luziluzia, o EP 2/3: autofarra - trilha para festa boa. É que o disco, que era pra ter saído no finalzinho do ano passado, acabou saindo só na semana passada, meio que na surdina, quando ninguém tava esperando. Deve ter sido por isso que quase ninguém (além dos fãs no Twitter) falou sobre/ouviu o disco. Tenho quase certeza que essa é a primeira matéria sobre o EP em quase seis dias desde o seu lançamento oficial, o que é um puta de um desperdício, considerando que o disco tá bem bom. [Atualizção 18/01, às 15h15: saíram algumas matérias sobre o disco sim. Eu que não tinha visto antes, perdão].

O ep 2/3: autofarra - trilha para festa boa vem surfando a mesma onda do primeiro lançamento dessa série do Luziluzia, o ep 1/3: concerto para caixas pequenas, que é a de gravar várias canções sem muita pretensão, seja com todo mundo gravando junto "numa sentada", de um jeito meio tosqueira (caso do ep 1/3 e de "caverninha", primeira faixa desse novo) ou com cada um gravando sozinho no seu quarto (caso do segundo EP).  E sempre misturando umas guitarras psicodélicas com ruídos e produção lo-fi. O que esse disco novo tem de diferente é que eles acrescentaram uns beats eletrônicos pra ficar tudo levemente com cara de festa. "Foi pra dar uma animada/desanimada", disse o baixista Raphael Vaz. "Autofarra tem essa ideia de festar sozinho, de conseguir se divertir com a sua própria companhia, por escolha sua ou também por falta dela."

Também foi a primeira vez que os meninos resolveram gravar com uma drum machine. "'Drum machine have no soul' (frase de apresentação do EP que tá lá no nosso Bandcamp) é um negócio que nosso batera Ricardo Machado já falava há muito tempo", diz Raphael, que explicou que a escolha da bateria eletrônica se deu muito porque eles são uma banda que não consegue se reunir muito, muito por causa da falta de tempo dos integrantes, que tão sempre ocupados com seus outros projetos musicais (lembrando que o Raphael e o Benke Ferraz têm o Boogarins; já o Ricardo e o João Victor Santana, o Carne Doce). 

"A praticidade da tecnologia facilitou a gravação caseira e solitária, que foi a maior parte do processo desse EP", comentou o baixista.  "Além disso, ela permitiu um outro tipo de composição que gostamos muito, que é quando a canção, ao invés de ser um ponto de partida, vira um ponto de chegada.  A coisa vai ficando pronta enquanto vai sendo gravada. No caso do desse disco, atá a melodia de voz entrou nesse esquema."

Sobre o terceiro EP dessa série do Luziluzia, o Raphael só adiantou que: 1) tem uma música pronta e mais algumas tomando rumo; 2) vai ser um EP bem roqueiro, da volta triunfante do rock e 3) eles não vão dar nenhuma previsão ainda de quando deve sair, porque pode atrasar, devido os compromissos deles com o Boogarins e o Carne Doce. 

Autofarra saiu pelo selo goiano LaLonge, que também lançou o ep 1/3 e o Raposa, disco do Kastelijns. E, na capa, temos o baterista Ricardo, que não tocou nesse EP, "tentando se divertir sozinho como pode, em cima de um jumento disfarçado de zebra", nas palavras do Raphael. Ouça abaixo:

Ficha Técnica: Letras das faixas 1, 3 e 5 por Raphael Vaz, da faixa 4 por Benke Ferraz, da faixa 2 por João Victor Santana. Mixado e masterizado por Benke Ferraz, que também fez a capa.

Carne Doce lança clipe pra "Eu Te Odeio"

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Talvez "Eu Te Odeio" seja a música mais meiguinha e romântica do Princesa, segundo disco do Carne Doce, lançado em agosto do ano passado.  Na letra, a vocalista e compositora Salma Jô tenta retratar aquelas "brincadeirinhas bestas de casal", de fingir que briga, essas coisinhas íntimas de qualquer relacionamento. Então, era mais que esperado que a faixa ganhasse um clipe sensível e que trouxesse um pouco do universo da Salma junto com o seu marido e companheiro de banda, o guitarrista Macloys.

"A música, desde a harmonia que o Mac fez até a letra que eu escrevi, já era uma coisa suave, meiga e bonita sobre romance e momentos românticos", disse Salma. "Chamamos o [diretor] Benedito Ferreira pra fazer o clipe e, desde quando ele começou a esboçar a ideia do roteiro, senti que ele saberia retratar a delicadeza e a força da letra."

O clipe se passa inteiro num plano só: um chuveiro, no qual Salma e Mac se olham, tomam banho e trocam peças de roupa um com o outro. "A música brinca com essa força da vida a dois, do cotidiano, da paixão e do jogo. Tinha que ter o Mac com a Salma. Brincamos com a sensibilidade do tempo dilatado, da entrega, da doação e da percepção do outro", explicou Benedito. 

Depois de já ter lançado os clipes de "Artemísia" e "Açaí", o Carne Doce promete lançar mais dois clipes ainda nesse ano, antes de tocar projetos futuros. E eles devem continuar divulgando bastante o Princesa ainda esse ano. Inclusive, dia 14 de fevereiro tem show em São Paulo, no Sesc Pompeia (veja a agenda completa no final do post).

Assista ao clipe abaixo:

Ficha técnica

Direção, roteiro e direção de arte - Benedito Ferreira
Direção de fotografia, edição e finalização - Larry Sullivan
Figurinos - Carol Breviglieri
Produção de set - Micael Bispo
Costura vestido Salma - Naya Violeta
Agradecimentos - Larissa Sisterolli e Andreza Paiva
Uma produção Estúdio BÃO
Em parceria com Dafuq Filmes, Estratosfilmes e Acervo Brevintage

Agenda

20/01 – Complexo Pub, Goiânia
27/01 – Evok, Nova Friburgo/RJ
28/01 – Circo Voador, Rio de Janeiro
29/01 – Teatro Dulcina, Brasília
10/02 – Autêntica, Belo Horizonte
11/02 – Lab 96, Uberaba/MG
14/02 – SESC Pompeia, São Paulo

Behind the Scenes of Young Thug's "Wyclef Jean"

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Noisey goes behind the scenes for Young Thug's music video for his song "Wyclef Jean," but we have a snag.

Descanse em paz, William Onyeabor

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Não tinha como conhecer William Onyeabor de verdade. O ex-dono de gravadora e músico de electro-funk nigeriano viveu uma vida digna de romance de mistério, com as poucas informações disponíveis sobre o homem ligadas aos nove discos que o próprio lançou pela sua gravadora Wilfilms entre 1977 e 1985. Assim que você se afasta da música que atraiu fãs do mundo todo para além da cidade natal de Onyeabor, Enugu, os detalhes começam a rarear.

Rumores sobre sua vida não faltavam: ele teria aberto um moinho de farinha na Nigéria assim que se aposentou da música ou ido estudar cinema na União Soviética. Ou era Inglaterra? Talvez França. "Para seu grande divertimento (e o nosso também), esta imagem mítica era tão enraizada que muitas vezes encontrávamos gente que não acreditava que o homem existia", escreveram Eric Welles, Paul Diddy e Yale Evelev da gravadora de David Byrne, Luaka Bop, ao anunciar a morte de Onyeabor no Facebook na manhã desta quarta-feira (18). "Sempre que comentávamos isso com ele ou perguntávamos sobre seu passado, ele apenas sorria e dizia 'Quero falar somente de Deus'."

A obra de Onyeabor ganhou ainda mais reconhecimento global em 2013 quando, após anos de negociação e tentativas (fracassadas) de entrevistá-lo, a Luaka Bop lançou uma coletânea sua chamada Who Is William Onyeabor? Um ano depois, o Noisey lançou o documentário Fantastic Man, sobre a vida de Onyeabor, seus feitos e o enigma em torno disso tudo. Byrne então botou uma banda na estrada em uma turnê internacional, tocando os sucessos de Onyeabor no show "Atomic Bomb! Who is William Onyeabor?" com uma série de colaboradores, incluindo aí nomes como Sinkane, Ghostpoet, Alexis Taylor do Hot Chip e Pat Mahoney do LCD Soundsystem.

"No papel de uma das pessoas mais espertas que já encontramos", seguia a mensagem da Luaka Bop, "William Oneyabor sempre era o manda-chuva, independente da situação (e por mais que estivesse morando em uma região relativamente isolada da África Ocidental rural). Como se pode ouvir em muitas de suas canções, ele via o mundo de cima. William assistia noticiários americanos, chineses e europeus simultaneamente, de forma que pudesse aprender sobre os diversos pontos de vista do mundo. Em seus últimos anos de vida, seguia assim."

Sua obra, com linhas de baixo calorosas, refrãos que se repetiam e músicas que batiam fácil os sete minutos, dava uma impressão de introspecção, deixando sua marca em ouvintes por todo o mundo. Nem mesmo a data de nascimento exata de Onyeabor era conhecida, podendo ser 1945 ou 1946, ainda que a mensagem da Luaka Bop cite que ele tinha 70 anos ao morrer nesta segunda-feira, 16 de janeiro. Ele deixa um filho, quatro netos e esposa.

Assista ao documentário  Fantastic Man no player abaixo (não tem legenda em pt-br, então aproveita para afiar o seu conhecimento da língua anglo-saxônica) e relembre a jornada de Onyeabor à fama internacional.

Tradução: Thiago "Índio" Silva

Até o Emicida é amigo do Pedro Falcão, do BBB 17

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A gente (na verdade, a VICE BRASIL) já anunciou mais cedo nesta quarta (18) que temos um VICER entre os participantes da 17ª edição do Big Brother Brasil: o nosso editor de games e o cara por trás daquela famosa matéria sobre o Drink de Porra, o Pedro Falcão.

Mas, além de nós, seus colegas de trabalho, e de outros conhecidos do Falcão, teve mais uma pessoal em especial que também surtou no Twitter quando viu o anúncio do nome do Pedro entre um dos "brothers" do BBB 17: o Emicida. 

Pedro, além de ser "vidrado em games", também manja de inglês (o Pedro morou na gringa um tempo, inclusive, como bom homem hétero branco de classe média que é), e acabou até sendo professor do rapper, como você pode constatar por meio desse tuíte do próprio Emicida. Bom, se você não conhecia o Falcão antes da sua entrada no BBB 17, agora você tem mais um motivo pra torcer pra se juntar a nós na torcida.   


A Fiona Apple quer Donald Trump longe dela e de todas as mulheres

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Fiona Apple não vai desistir tão fácil da sua ofensiva contra Donald Trump. Um mês depois de cantar sobre a sua vontade de fritas os testículos do Trump no fogo, a cantora se juntou à Marchas das Mulheres para protestar sobre o fato de os Estados Unidos terem elegido um abusador de mulheres como presidente.  

"Tiny Hands" foi composta em parceria com o compositor de trilha e jingles pra TV Michael Whalen e é uma canção simples sobre "querer as suas mãos bem longe das nossas calcinhas", acompanhada por piano e bateria. Você pode ouvir "Tiny Hands" abaixo:

Ouça a primeira música nova do Gorillaz em seis anos

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A posse de Donald Trump significa horror e desastre palpáveis para uma grande porcentagem da população global, para não mencionar a obliteração completa de qualquer relevância que o Three Doors Down ainda tinha. No entanto, ela também fez outra coisa. Ela levou Gorillaz a lançar sua primeira música nova em seis anos, porra!

Com participação do poeta, pianista e vencedor do Mercury Prize em 2015 Benjamin Clementine, a faixa se chama "Hallelujah Money" e explora os dois temas preferidos do presidente-eleito: poder e grandes negócios, assim como seu não-tão-preferido conceito de humanidade. 

Não há notícias quanto a um álbum novo do Gorillaz, mas aparentemente este não é o primeiro single a se esperar dele. E aqui está o que o primeiro e único Murdoc tem a dizer sobre a faixa: 

"Nesses tempos de escuridão, todos precisamos de alguém a quem admirar. Eu. É por isso que eu estou lhes dando essa nova faixa do Gorillaz, um relâmpago de verdade numa noite escura. Agora, vazem. O novo álbum não vai se escrever sozinho."

Assista ao vídeo abaixo e leia nossa recente entrevista com o Murdoc aqui. 

Como é esperar por 10 horas o Young Thug aparecer para a gravação de seu clipe de 100 mil dólares

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Na última quarta (18), o clipe oficial para "Wyclef Jean", do Young Thug, foi lançado. O próprio Thug, porém, está quase totalmente ausente do vídeo, tirando algumas cenas produzidas por ele mesmo, em que o rapper se encontra comendo alguns Cheetos perto de um jatinho privado e, em seguida, encoxando uma passageira. Isso porque no dia da filmagem de seu clipe de 100 mil dólares, o Thug só chegou para a gravação umas nove horas depois da coisa ter começado. Daí, ele ficou no carro com sua noiva por mais ou menos uma hora, só pra ir embora sem entrar no set ou aparecer em um único frame do clipe. Tudo isso é revelado na tela via comentários do diretor, que tirou o melhor de uma situação ruim e acabou fazendo um dos clipes mais criativos dos últimos anos. 

O que você também ficou sabendo se assistiu "Wyclef Jean" é que a VICE gringa (somos nós, só que não) estava por perto pra presenciar toda essa pataquada. No dia anterior, a equipe estava em Seul, Coreia do Sul, quando ficaram sabendo que Young Thug concordou em dar uma entrevista para o episódio sobre Atlanta da segunda temporada do programa do Noisey no VICELAND (o canal de TV dos nossos primos gringos). Então, ao invés de voltarem para Nova York, eles foram para Los Angeles para encontrá-lo no set.

Veja como os nossos parentes do Trumpland se viraram para tirar o melhor proveito da situação no vídeo abaixo e, se você estiver pelos EUA ali pelo dia 7 de fevereiro assista NOISEY: Atlanta pra saber como foi nossa entrevista com o Young Thug. 

Ouça o Joey Bada$$ falar algumas verdades em "Land of the Free"

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Bem no dia da posse de Donald Trump, o rapper nova-iorquino Joey Bada$$ lançou a primeira faixa de seu disco AABA, e nós podemos muito bem tratá-lo como uma profecia para o estado da nação (e do mundo). 

"Land of the Free", lançada pelo Soundcloud, fala da paisagem de injustiça que ainda existe nos Estados Unidos, e pode ficar ainda mais forte com um Senado republicano em sua maioria e Trump na Casa Branca. Por cima de uma batida oldschool, Bada$$ fala sobre a enorme discrepância de classes e divisões raciais no país. 

Apesar de AABA ainda não ter data oficial de lançamento, é certo que o álbum sairá ainda esse ano. Só podemos esperar que o resto das faixas ofereçam comentários sociais tão afiados e elegantes como este.

Ouça "Land of the Free" abaixo:

Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #12

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Olha eu de volta aqui nas playlistzinha nos lançamentozinho nas musiquinha. Fiquei um tempo fora aí que todo mundo tirou umas férias, deu um lazer, porém toda conquista do trabalhador tem fim então tá na hora de voltar pro trabalho.

Como fiquei um bom tempo longe daqui decidi (não sei se foi uma boa ou má ideia) falar de TUDO que foi lançado desde a minha última coluna. Só não falei das merdas ou dos discos que realmente tanto faz e ninguém realmente se importa tanto assim. Ou pode ser que tenha passado batido por mim, às vezes acontece. De qualquer forma, se faltou algum disco aí você pode ir lá no Twitter e me perguntar sobre que eu avalio se é bosta, ou tanto faz, ou passou batido. Num tem problema não.

Dito isso, vamos pra lista. Pode ir com calma porque hoje tá longa. A playlist deu quase 3 horas. Talvez eu tenha dado uma aliviada nos critérios, porque quando você tá de férias fica tudo mais legal. Eu fico meio preocupado em estar aliviando; num pode aliviar pra esses cara não.


---AS BEM BOA MESMO---

Psirico - "Cherécucheco"
Pagodera da Bahia padrão. Num inventou muita graça, fez aí o arroz com feijão mesmo pra garantir. Se nóis tiver bebaço de goró aí fica legal.

Ricky Martin - "Vente Pa' Ca"
Ficou um pop eletrônico bem bonzinho, na quantidade perfeita de reggaeton (quase nada de reggaeton).

Rincon Sapiência - "Ponta de Lança (Verso Livre)"
Batida daora mesmo e o #flow do cara é boa também. Basicamente é isso.

Stevie B - Never Gonna Let You Go
Tem umas quatro faixas bem boas, como "Changing Faces", "Freestyle" e essa que está na playlist. Mas, mais importante que isso, é um disco que contém MELODY. Uns Melody inéditos. Ninguém que fazia Melody antes tá fazendo mais, o mais próximo que tinha até o momento era o Sampa Crew, só que eles não são bem um Melody, né. Os caras é mais pro rap e tal.

Flaming Lips - Oczy Mlody
Deus do céu que disco #show. Vou confessar que tudo que veio após o At War with the Mystics ou ouvi apenas naquelas, sem muito interesse. Aquele último show deles no Brasil eu nem quis ir. Então não sei tar informando o quanto da sonoridade dos últimos discos está aqui. Deve ter alguma coisa. Mas "The Castle" e "We Are Family" entraria tranquilo no Yoshimi, por exemplo.

Slowdive - "Star Roving"
Eu sempre dou uma pesquisada extra pra ter certeza que não tou comentando algum relançamento como se fosse novidade. Mas parece que é mesmo um single novo do Slowdive que soa como um single antigo do Slowdive. Já entra no shoegaze fudido de dançar olhando pro chão que na verdade cê num tá dançando nada porque você é indie (ou como falávamos lá naqueles períodos: Guitar).

Clap Your Hands Say Yeah - "Down (Is Where I Want to Be)"
Outra banda que lançou um single novo que parece os singles antigos. Começa lentinho mas depois melhora, fica mais de animação.

Day & Lara - "Atendo ou Não Atendo"
Baita canção. Mas também não vou falar mais nada dessas minas aí não, só quando lançarem um disco mesmo. Parece que só eu e o Lucas Lucco que tamos bancando, a diferença é que se der certo só o Lucas Lucco sai com uma grana, se pá.

Cosmo's Midnight -  "History"
Tem um vocalzinho Rihanna com a batidinha eletrônica bem relax bem #chill que ficou super show de bolas.

Simone & Simaria (& Anitta) - "Loka"
A música é bem boa. O clipe caguei. Num tô aqui pra falar de clipe.

BIGBANG - Made
Pra quem não faz a menor ideia do que é um k-pop bem k-popzão, creio eu que o BIGBANG seja um bom início. Tem as lentinhas, tem as dançantes, é tudo bem gostosinho de se ouvir.

David Bowie - No Plan
Bom, até o fechamento dessa coluna já deve ter havido 88 bilhões de textinhos sobre esse EP. Então é isso aí mesmo. Eu sinceramente optei por não prestar atenção nas letras pra não ficar "nossa olha só isso ele estava praticamente se despedindo blablablabla."

of Montreal - Rune Husk
Não sei qual é a ideia desse EP mas enfim, tá aí o EP dos cara. Tem que respeitar.

Faltou a dançante.

Grandaddy - "Evermore"
A capacidade do Jason Lytle em compor músicas que soam exatamente iguais-porém-meio-diferente eu sinceramente quando lembro agradeço ao papai do céu.

Sepultura - Machine Messiah
A faixa-título me deu uma enganada, eu ouvi e já pensei "eeee que hoje vamo ter bastante FAROFA, hein". E ó que até que não viu. Bem bom ae discão de metal. Uma ou outra farofinha, porque os lindo TEM QUE DAR O TOQUEZINHO BRASIL. O nosso batuque. Uma orquestraçãozinha que peloamor pra que essa orquestraçãozinha em "Phantom Self"? Precisa? R.: não precisa.

De resto muita virtuose, muito bumbo duplo e uns guturalzão.

Tiger! Shit! Tiger! Tiger! - Corners
Som bem shoegazinho que lembra outras bandas bem shoegazinho. Agora de cabeça só me vem o MBV, daí pode ser MBV mais aquela fase Strawberry & Wine. Ou Sarah Records. Pronto, é shoegazinho Sarah Records.

John Mayer - The Search for Everything/Wave One
Óbviamente o EP exala aquela vibe "loungezinho dos PLAYBA", mas, pô, até que curti as música. Principalmente a primeira, "Moving on and Gettin Over" (que é muito loungezinho dos playba). Essa semana eu tô suavão.

Daniela Araújo - Doze
Primeiramente parece que esse disco não é bem um lançamento, mas sim uma compilação de singles lançados mensalmente pela cantora no último ano. Mas vou fingir que é lançamento porque me esforcei muito pra achar um disco gospel BOM. E esse aqui é BOM. É TOP SHOW. Se fosse totalmente pop eletrônico seria um dos melhores discos da história do pop eletrônico brasileirinho. Mas calhou que ela também quis dar #aquela passada nos outros rítmos também pra ficar bem eclético. Mas nada que prejudique o LOUVOR.

Nego do Borel - "Você Partiu Meu Coração"
Nego do Borel, Anitta e Wesley Safadão unidos pra fazer um funknejo que muito que bom a batidinha.

André Valadão - Bossa Worship
Um disco gospel-bossa-nova. Em inglês, que é pra PALAVRA atingir o mundo inteiro. Como o que mais tem no universo gospel brasileiro é músico bom de estúdio mesmo, a parte #melódica ficou perfeitinha. Faltou foi alguma coisa aí na voz do André Valadão, porque a empolgação passou longe. Num baixou o fogo puro na hora da gravação, infelizmente. Mesmo assim tem umas faixas bem da boa.

Menace Beach - Lemon Memory
Rockão inglês. Eu acho que o rockão inglês tava meio em baixa ultimamente. Taí um disquinho até que bom de rock inglês. Deu azar de não ter aparecido uma década atrás, quando a NME atirava pra todo lado na busca do "next big thing". Agora ninguém dá muito a mínima.

Tati Zaqui - "Bumbum que Balança"
Mais um hit pro Carnaval 2017 ae. Funk-pop-nada-de-novo, mas até aí é melhor num ter nada de novo mesmo.

Foxygen - Hang
Eu senti um #quezinho de Todd Rundgren nesses cara aí, e isso sinceramente é o máximo que me vem à cabeça até o momento pra explicar o que ouvi. Tem umas músicas sensacionais, vale gastar um tempinho pra ouvir com calminha. Repetidas vezes.

Cashmere Cat - Throw Myself a Party
Por mais trapzera que seja, esse timbre meio chiptune que eles usam é lindo demais. Pena que uma hora some o timbrezão e fica só o trap.

Run The Jewels - Run The Jewels 3
Esse aí saiu no finzinho de 2016. Se saísse mais cedo entrava nas listas de melhores do ano, eu acho. Nada a reclamar desse disco. Mó #som.

Knights of Round - The Meaning of Life
Um disco bem bom de metalzão melódico cantado em japonês. Metalzão melódico em japonês fica sempre parecendo tema de abertura de algum anime daí talvez possa complicar a experiência.

A. Zebra - Auctus
Lá pra 2013 eu ouvia esses chillwave de monte, então pra mim e pra quem ficava lá nos F5 no Majestic Casual aí não tem nenhuma novidade nesse disco. Mesmo assim são músicas bem boas pra tar se ouvindo.

Kyary Pamyu Pamyu - "Harajuku Iyahoi"
J-pop de excelente qualidade, que é um gênero que ando curtindo demais da conta.

Rick Hirsch's Big Ol' Band - Pocono Git-Down
Por uma pesquisa pra lá de rápida eu entendi que esse Rick Hirsch é um profê de música #estadunidense que fez lá a seleção dos melhores músicos que ele tinha lá pra fazer um jazzão muito bem tocado. Gostei bem.

Quelle Chris - "Buddies"
Rapzinho com batidinha jazzinho. Normalmente dá certo. Nesse caso inclusive deu certo sim.

NCT 127 - Limitless
Fica aí outra sugestão pra quem gosta ou quer conhecer uns k-pop. Cês tem que conhecer uns k-pop pelo menos, antes de ficar de birrinha com molecada que faz uns fandom no Twitter e fica pedindo banda k-pop lá pros cara do Rock in Rio ou sei lá que outro festival bosta que tem.

APRIL - Prelude
Outro k-popão bem gostosinho de tar ouvindo. Ó, essa semana tô citando vários k-popão. Dá uma chance pros cara (nesse caso, pras mina, porque é girl band).

The Gift - "Clinic Hope"
The Gift cês manja? Os portuga e tal? Tem aí o single novo do The Gift. Os timbrezinho tecladinho me lembrou o Strokes na fase que as pessoas pararam de se importar. Gostei legal.

J. Cole - "High for Hours"
Como já tinha falado, rapzinho com batidinha jazzinho/R&B dificilmente dá errado.

Joey Bada$$ - "Land of the Free"
Parece que é meio de tristinho porque ganhou certos candidatos à presidência do país. Num manjo muito assim pra entender a letra só de ouvir. Só pareceu que tá tristinho. Mas o som é bem bom, batidão gostoso que só.

Vitalic - Voyager
Ó o electro da galera aí. Pra ouvir com o dedinho pra cima. Rola até um feat da Miss Kittin pra gente achar que voltamos 15 anos no tempo. Época boa aquela pra ouvir um tuntz tuntz.

Kreator - "Totalitarian Terror"
Ó essa guitarra a AGILIDADE das guitarra os riffzão as #palhetada #alternada. Isso aí é muito treino pra ficar um resultado bom assim. Baita metalera.

Aaron Carter - "Sooner or Later"
O irmão do Nick tá mandando uns pop bem caprichadinho. +1 single de alta qualidade.

Dirty Projectors - "Up in Hudson"
Essa nova do Dirty Projectors tá bem bonita. Teve um outro single também lançado umas semanas atrás, mas aquele já não achei tão legal assim. Esse aqui já tá mais alto nível.

The Mysterons - "Sold My Medicine"
Banda de rock holandesa que faz um som até que bonzinho, viu. Tem esse vocal que as vezes lembra um bocadinhozinhozinho a Kate Bush (pelo menos me fez lembrar sim).

Rejjie Snow - "Crooked Cops"
Rap acho que inglês. Não pesquisei não. É daora.

Chloe Martini - "Change of Heart"
A Chloe Martini é uma dessas produtoras nova geração estúdio-em-casa-faz-tudo-no-computer que eu gosto muito. Eletrônico de ficar batendo o pézinho no chão de boa.

----AS QUE ATÉ QUE É BOA PORÉM NÃO TÃO BOA ASSIM TAMBÉM----

The Chainsmokers - "Paris"
Estilo popzinho deles já tá manjadíssimo. Mesmo assim, dá pra passar de boa. É bem ok.

Tiesto - "On My Way"
Ultimamente eu chamo essas músicas aí de "violãozinho Ed Sheeran". Se pans eu tou num momento muito #relax que hoje eu não vejo problema nisso, desde que toque com moderação nas rádios FM.

Diplo - "Waist Time"
Ok.

Quero só ver

Onde que o Diplo quer chegar

Fazendo esse eletronicozão que eu cansei de ouvir na Energia 97 nos anos 2000 (só que nos horários mais de #underground).

Draper - Luminous
Aqui temos um produça dos eletrônicos atirando pra todo lado pra ver onde acerta. Acertar mesmo foi no french house de "Want You More", mas esse eu já tinha posto em outra playlist já.

Anna of the North - "Oslo"
Popzinho lentinho okzinho.

Japandroids - "No Known Drink or Drug"
Rockzinho até que ok que me lembra aqueles pop-emo dos anos 2000. Em outras épocas eu acharia uma bosta, mas ultimamente ando ouvindo muito rockzinho-pop-emo-dos-anos-2000 porque eu comprei um Guitar Hero pra tirar um lazer. Então música até ok.

The XX - I See You
O ruim de fazer a coluna de lançamentos só um tempo depois é que todo mundo já comentou sobre o disco aí fica parecendo que estou apenas repetindo obviedades, ao contrário do que se fosse no dia do lançamento que aí eu posso meter banca de "você leu primeiro aqui". O bom é que dá pra ouvir com mais calma e poder fazer o julgamento mais de boa. Dito isso, é um disco bem do mediano com melodias às vezes mais interessantezinhas unidas com vocais nem um pouco interessantinhos. Lá pro finalzinho tudo fica apenas chato.

Bonobo - Migration
É uma boa opção de trilha-pra-qualquer-outra-coisa. Principalmente opções como loja de roupa descolex ou DRINKERIA ou qualquer outro lugar que ninguém vai ter coragem de pedir pra trocar a música e correr o risco de pagar de caipirão. Pra ouvir ouvir mesmo eu já prefiro 1 trilhão de outras coisas.

Thiago Brava - "Nunca Mais Eu Vou Dormir"
Thiago Brava como grande produtor de arrocha-funknejo já garantiu os direitos de execução de "Michael Douglas" do João Brasil em rodeios e EXPO-QUALQUER-COISA no interiorzão do país. Talvez uma aposta arriscada. Vou torcer para dar bons frutos.

MC Bin Laden - "Salve Quebrada"
Esse é a melhor música do Bin Laden pós-sucesso fudido e saída lá da produtora lá que eu esqueci o nome. O que não quer dizer que a música seja lá grandes coisas. Porque não é lá grandes coisas. Temos aqui um trapzinhho super ok by DJ Perera.

Fred & Gustavo - "Verdade ou Consequência"
Bem gostoso o ritmo funknejão já visando o Carnaval 2017. Pra integrar a playlist "CarnaFunkNejão 2017".

Train - "The News"
É boa a música. Eu fico meio encanado de falar que uma música do Train é até que boa, porque já é a segunda vez que eu falo que uma música do Train é até que boa. Mas a verdade é essa mesmo.

Zeal & Ardor - "Come On Down"
Olha essa misturinha de vocal gospel/negro spiritual com metalzinho bumbo duplo até que ficou bem boa viu. Fica aí a nível de curiosidade.

Hannah Diamond - "Make Believe"
Ficou bem mais ou menos essa daqui. Infelizmente parece que não dá pra acertar todas.

Plutão Já Foi Planeta - "O Ficar e o Ir da Gente"
Melodia daora, uns timbrão bonito. Os vocais eu não curti não. Mas é isso aí. Uma música bem tchubaruba.

Preta Gil - "Eu Quero e Você Quer"
O ritmo do pagode baiano aí ficou tão bom que compensa o vocal afinadinho porém sem #nenhuma empolgação da Preta Gil.

Pabllo Vittar - "Vai Passar Mal"
Eu sinceramente não vou atrás pra saber mais sobre o que está acontecendo aqui. Vou estabelecer que Pabllo Vittar é a pessoa em destaque na capa do disco. O que explica o vocal mais pro agudinho, porém não tão agudinho pra virar vocal de banda cover do Rush. O vocal é estranho. Vou cogitar que é intencional o vocal ser estranho. Na maioria das músicas até que encaixou ok, porém em "Nêga" principalmente o negócio meio que cruzou a fronteira do #estranho pro CÔMICO. Me lembrou o Pranchana Jack no palco da Eliana cantando sobre seduzência e aquelas paradas lá dele. Ou o disco da Michelly Summer. Tem as hora que cai pro trap como "Ele É o Tal" e a própria "Nêga". Quando vai pro tecnobrega  ("K.O.", "Corpo Sensual") rola mais legal. Mas putz...

Sei lá esse disco aí...

Esse vocal...

Ouve aí depois me diz.

Black Anvil - As Was
Quem é mais do metal talvez eu acho que vá curtir. Por algum motivo nenhuma música do disco #bateu. Talvez seja esse vocal meio farofão. De resto tem os elementos necessários para um metalzão de qualidade.

MC Bangu - "Mandala"
Gostei da mensagem anti-Marketing Multinível. O sonzinho é bom também.

Jazzmyn Red - Writing HERstory
A mina ae parece que é boa de mandar #recado porque tem umas faixas que é só ela rimando sem som nenhum. O que ela fala eu já não sei porque larguei a Cultura Inglesa no nível intermediário. E faz tempo isso. Quando vem o batidão é bom também, porque é bem na moral.

Ego Kill Talent - Ego Kill Talent
Hard rock muito do bem feitinho. Eu acho meio farofinha ("Heroes, Kings and Gods" é bem farofinha. O resto não.). Mas se o teu negócio é um hard rock muito do bem feitinho, aí esse hard rock aqui é muito do bem feitinho.

Henrique & Diego - "A Gente Tá Se Amando"
Bonzinho. Mas o refrão tem um "uououoooo" muito esquisito esse som que os cara faz no refrão.

Bruno & Marrone - "Enquanto Eu Brindo Cê Chora"
A nível de discografia completa do Bruno & Marrone essa música aí tanto faz quanto tanto fez a existência. Porém pro playlist do churrascão é bom tar sim.

Matheus VK - Purpurina
Baita produção, uns ritmos bem diferentes dos que andam fazendo ultimamente, um FUNK MELODY, porém tem muita #lacração nesse disco e isso aí acaba me incomodando um pouco.

Temples - "Strange or Be Forgotten"
Sonzinho que me lembrou bem o NEW RAVE. Lembra os cara New Rave? Que fim que levou, será.

The Shins - "Name for You"
Achei um rockinho bem popinho. É bom. Porém bem popinho. Um quezinho de anos 80 também, mas nada grave.

Los Campesinos! - "5 Flucloxacillin"
Mas ae... os cara é EMO ou é outra coisa? O som é rockinho uhuuu pra cima. É bom é bom.

Yasutaka Nakata - "Crazy Crazy"
O produtor fera dos j-pop lançou esse single com Charli XCX e a Kyary Pamyu Pamyu. É bom, mas tava esperando um bocadinho mais dessa #misturinha.

CocoRosie - "Smoke 'Em Out"
Gostei médio só. Alguma coisa aí num bateu legal não. Talvez a voz. Tô muito encanado com vocal, ultimamente.

Nine Inch Nails - Not the Actual Events
Bom, acho que essas músicas são exatamente o que se esperam do NIN. Não sou lá muito fã desses industrial aí, mas claramente o negócio tem #qualidade.

Carlinhos Brown - "Pra Vizinho Olhar (Versão Carnaval)"
Os gringão com certeza vai gostar disso daí. Tá bem WORLD MUSIC.

Lobão - "O Que É a Solidão em Sermos Nós?"
É uma daquelas baladinhas voz-violão-guitarrinha slide que o Lobão vez ou outra lança. Num acho ruim as baladinha voz-violão do Lobão não, viu. Só que essa aí até o momento acabou não rolando não.

Saulo - "Sol em Festa"
É boa música de carnaval essa aí. Só que é tão bem feitinho, tão produzidinho, tão vocais afinadinhos que empolgação mesmo passa longe dessa música. Falta uns berro igual o Xanddy do Harmonia.

Edi Rock - "Cortina de Ferro"
É um trap. Sabe trap? É um trap.

Necro - Adiante
Hard rock bem feitinho bem produzidinho bem tocadinho indo um bocadinho assim pr'Os Mutantes mas bem de leve. Ok o disco.

Brian Eno - "Reflection (Excerpt)"
O Brian Eno lançou uma música de 54 minutos, porém também soltou esse "excerpt" que é um resuminho de 4 minutos. O que é bom, porque aí você vê se tá afim de encarar a música inteira mesmo.

Jens Lekman - "What's That Perfume That You Wear?"
Somzinho ok. Um Hot Chip porém não tão #top assim.

Sia - "Move Your Body"
Pop super pra frentex bem pra cima bem estamos todos felizes no Instagram.

Less Than Jake - "Things Change"
É uma música pra tomar cuidado pra ver se não é o saudosismo que faz a música ser mais legal do que de fato é. Porque tá todos os elementos daquele ska-punk-90 gostoso de ouvir enquanto joga um TONY HAWK.

Lady Antebellum - "You Look Good"
Countryzinho bem ok.

Spoon - "Hot Thoughts"
Aqui sinceramente bateu bem médio essa música. Achei popzinha demais pro nível dos cara aí. Se bem que eu não manjo tanto assim de Spoon.

O DJ Cia vai comandar o primeiro bloco de rap no Carnaval de São Paulo

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Se tava faltando alguma coisa pra deixar o carnaval de rua de São Paulo com mais cara de rua de São Paulo, agora não tá faltando mais: a cidade vai finalmente ganhar o primeiro bloco de rap para as comemorações da Festa da Carne de 2017. O bloco Beat Loko foi criado pelo DJ Cia (RZO) e vai ganhar trio elétrico no Vale do Anhangabaú, no centro da capital paulista, no dia 25 de fevereiro, das 14h às 20h.

"Fui convidado pra fazer esse trio elétrico por amigos e aceitei na hora. Sempre achei que o rap  pudesse ter esse espaço", disse Cia. E, pra colocar um balanço diferente no carnaval do centro da Cidade Cinza, ele convidou, além do resto da galera do RZO, os grupos de rap Costa Gold e Família Madá. "Vai ser uma festa de hip-hop dentro do carnaval com amigos meus de vários segmentos, mas não necessariamente só o rap",  explicou. Os DJs KL Jay e Zé Colmeia também vão tocar no evento. [Atualização, 23/01 às 18h: A assessoria informou que o Costa Gold não vai mais pular esse CarnaRap, porém a vaga já foi preenchida pelo Haikaiss e pelo Dexter].

Serviço

Bloco: Beat Loko
Local: Vale do Anhangabaú
Data: 25/02, Sábado
Valor: Gratuito

O Sentidor transpôs a depressão de 'Memoro Fantomo_Rio Preto' em três míni curta-metragens

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João Carvalho, o produtor por trás do projeto de eletrônico experimental Sentidor — e também o guitarrista da banda de new emo/rock triste mineira El Toro Fuerte —, resolveu começar 2017 revisitando (e fechando) o disco-duplo Memoro Fantomo_Rio Preto, lançado em julho do ano passado. Pra isso, o  belo-horizontino lança uma série de três míni curta-metragens, que resumem a narrativa da depressão que ele abordou no seu último trabalho, nesta terça-feira(23) com exclusividade pelo Noisey.

A série trazem clipes para as faixas "Rio Preto IV", "Nascer do Sol, Janeiro" e "Os Momentos Plenos da Minha Vida São Verdes", três músicas escolhidas para representarem o Começo, o Meio e o Fim de um quadro de depressão (e recuperação disso) que João enfrentou enquanto estava gravando o disco (entre o final de 2015 até a metade de 2016). "Eu costumo usar imagens específicas pra tocar as músicas nos shows , então eu preparei esses três vídeos pra serem tipo um resumo da parada", explicou Sentidor. 

Então, "Rio Preto IV", o Começo, ganhou um vídeo com umas filmagens mais sujas e obscuras, representando os aspectos mais pesados da doença. "Eu filmei o primeiro vídeo no fim de 2015, quando viajei pra Alemanha sozinho na época em que a crise tava começando a me pegar, por isso o vídeo é a crise em si mesmo", falou João. Já o de "Nascer do Sol, Janeiro" foi filmado realmente em janeiro durante o amanhecer numa estrada do Paraná. "Apesar de ser uma música tensa, sinto que funciona como uma transição para o terceiro clipe, o de 'Os Momentos...', que é uma música meio de resolução das questões e de calmaria mesmo, de quando eu já estava melhorando, e que foi gravado na estrada de São Paulo pro Guarujá na turnê do Jonathan Tadeu do ano passado." 

Os três vídeos foram gravados meio que "toscamente" pelo João e todos têm a intenção de representar uma pessoa olhando pela janela. "Gostei de fazer por conta própria os clipes porque caba sendo um processo de criação parecido com o da música. Tem os meus mesmos tiques, essa coisa de ser tudo muito explorativo e acho que o Sentidor tem um pouco dessa vibe no som também, daí eu sinto que ficou um trabalho de documentação coeso".

Outro motivo que fez João gravar esses vídeos pro Sentidor foi porque na época ele tava fissurado em cineasta lituano radicalizado estadunidense Jonas Mekas, que fazia tipo uns diários em vídeo da vida dele e dos amigos dele. "É um negócio muito despretensioso (pelo menos era a intenção) e muito bonito, de gravar o cotidiano e foi meio que isso que eu tentei fazer aí", disse João. "E ele montava os filmes dele meio aleatoriamente, porque sentia que  não conseguia entender a ordem das coisas na vida dele e achava que assim conseguiria descobrir sentido nas coisas. Acho que eu passei um pouco por esse processo na produção (musical e visual) do Memoro Fantomo_Rio Preto".

Apesar de ter gravado esses vídeos há algum tempo, João conta que demorou para resolver editá-los e lançá-los justamente porque demorou conseguir colocar o todo seu trabalho em ordem — o que só se tornou mais possível depois que ele se recuperou quase que totalmente da depressão. "Quando resolvi voltar a mexer neles, no final do ano passado, percebi que a narrativa já era uma coisa bem menos confusa pra mim, que eu já entendia o que tinha acontecido, olhar pras músicas e pros textos de uma forma diferente e que eu precisava finalizar essa experiência".

E, depois de dizer adeus ao Memoro, João já está se preparando pra lançar o terceiro disco do Sentidor, que deve sair em março pelo selo inglês Sounds and Colours (que inclusive colocou o Memoro Fantomo_Rio Preto na sua lista de melhores discos latino-americanos de 2016). 

Assista aos três míni curtas abaixo:


A história do maior bootlegger do Brasil

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Hoje em dia, não há show que passe sem registro. Não interessa o tamanho do evento, basta você colar no meio da galera para se deparar com um mar de smartphones captando vídeos de artistas em ação — até transmissão ao vivo via apps, como o Periscope, se tornaram algo comum. Mas nem sempre foi assim.

As gravações de apresentações ao vivo de bandas e artistas eram raras e só existiam graças a ação de alguns poucos malucos, que tinham acesso a equipamentos de gravação e se arriscavam a enfiá-los para dentro dos rolês. Esses registros acabaram dando origem aos "bootlegs", termo gringo para descrever discos e fitas VHS que eram comercializados e trocados, mas que não constavam no catálogo oficial das bandas.

Para ficar claro: um bootleg era uma gravação não autorizada pelo artista, ou pela gravadora ou pelas duas partes. Elas podiam ocorrer de várias formas, como a utilização de câmera VHS ou gravador de voz escondido no meio do público. Outros métodos eram mais sofisticados, como o uso de equipamento profissional de gravação acoplado ilegalmente à mesa de som e filmagens profissionais destinadas aos telões da casa, que acabavam vazando. Além disso, havia a reprodução ilegal de shows transmitidos por canais de TV de todo o mundo.

A natureza da coisa era tão clara, que, no auge das gravações no final dos anos 1980 e começo da década de 1990, pedir por um "disco pirata" na Galeria do Rock, em São Paulo, significava pedir por um bootleg — e não por uma cópia sem vergonha de camelô para discos vendidos nas grandes redes de lojas, como acontece hoje em dia.

A febre por bootlegs foi global e criou uma subcultura de gravação, trocas e comercialização desses registros. Antes da internet, partes do mundo já se conectavam por causa de música. Existiam bootlegers na Europa, nos EUA, no Japão e no Brasil. Aqui no Bananão, bootleg tinha nome e sobrenome, Roberto Souza. Conhecer sua história é conhecer a história dos bootlegs no Brasil.

O engenheiro, hoje com 58 anos, gravou em vídeo praticamente todos os nomes do rock que passaram pelo país entre 1986 e 1995. Nas contas dele, foram cerca de 70 shows, incluindo nomes como Motörhead, Deep Purple, Black Sabbath, Yes, The Cult, Kiss, Ramones, Bon Jovi, AC/DC, Skid Row, Iron Maiden, Ozzy, Faith No More, Metallica, Judas Priest, Slash, Pantera, Aerosmith e Alice Cooper. "Eu filmava porque eu gostava. Todo mundo quer ter uma recordação dos shows que vai", diz ele.

Com Roger Glover (Deep Purple, Rainbow) no aeroporto. Reprodução/Arquivo Pessoal

A partir do começo dos anos 1970, gravações de artistas começaram a se espalhar na gringa, primeiro em vinil e depois em fitas K7. O apetite era tão grande que acabou incentivando algumas bandas a lançar material ao vivo, como o Kiss, que em 1975 soltou o clássico "Alive". No fim da década, as fitinhas já chegavam ao Brasil e Roberto começou uma coleção, o que permitiu que fizesse seus primeiros contatos com a comunidade global de bootleggers. As listas de trocas surgiam em anúncios de revistas gringas de música, e as trocas rolavam via correio — se tudo rolasse rapidamente, as fitas chegavam em até 1 mês e meio.   

Mas, para ele, só o som não bastava. Ele queria IBAGENS! As coisas começaram a mudar a partir de 1982, quando a Sharp lançou o primeiro videocassete do Brasil. No ano seguinte, o Van Halen passou por aqui e teve show transmitido pela Band. Roberto pirou com a possibilidade de registros em vídeos e gravou o Van Halen. Dois anos depois, foi a vez do primeiro Rock in Rio virar fita VHS. Com essas pepitas na mão, ele começou a anunciar em revistas gringas, a ideia era fazer trocas e aumentar a coleção particular.

Os gringos piraram no material que ele tinha, e ele começou a receber dezenas de cartas propondo trocas. Em pouco tempo, o cara tinha virado uma espécie de Central do Brasil dos bootlegs. Para qualquer estrangeiro que quisesse fitas daqui, Roberto tinha virado um nome quase obrigatório — ao passo que a sua coleção pessoal de fitas também aumentava.

MÃO NA MASSA

Ao receber as listas de material dos gringos, Roberto começou a perceber que algumas eram marcadas como "private shots". Ou seja, os estrangeiros não estavam passando para frente apenas material de TV, mas também gravações caseiras. Ele, claro, percebeu que tinha que fazer igual.

Roberto de câmera na mão com Joe Lynn Turner em 1991. Reprodução/Arquivo Pessoal

A memória não ajuda muito, mas o cara chuta que a sua primeira vez deve ter sido com o Sepultura em 1986. Para fazer suas próprias gravações, ele arrumou com um brother de Santo André uma câmera Panasonic M6, um trambolhão de 2 quilos que precisava ser apoiada no ombro e que tinha autonomia de meros 50 minutos. Do jeito mais DIY, começava de fato a saga do bootleger brasileiro.

"Era muito legal filmar. Tinha um lance de desafio, de burlar a segurança", diz ele. Apesar do papo de aventureiro, ele não sofreu muito. Roberto era um cara muito bem conectado. Embora engenheiro, ele tinha uma loja na Galeria do Rock e conhecia todos os caras que traziam artistas para o país ou que trampavam na imprensa local.

Assim, Roberto quase sempre tinha credencial para os shows, o que permitia escapar de revistas no acesso aos rolês. Quando não tinha essa facilidade, bastava esperar na entrada de imprensa por algum amigo e pedir para que ele entrasse com o equipamento de gravação. Depois, era só comprar o ingresso normalmente, pegar a câmera e se posicionar para fazer o registro sem dar bandeira. Durante a gravação, bastava tomar cuidados básicos, como cobrir a câmera com uma camiseta.

Mas os shows não eram suficientes. Roberto passou a frequentar aeroportos à espera das bandas (sempre com a ajudinha de um parça que trabalhava na Varig). Foi assim que, em 1992, apenas ele e mais cinco ou seis gatos pingados receberam o Black Sabbath, que na época tinha Ronnie James Dio nos vocais. Outro alvo do bootleger eram as coletivas de imprensa, tanto que alguns gringos o apelidaram de "rei das coletivas".

A fama no circuito de bootlegs cresceu tanto que até os departamentos de jornalismo de canais de TV do Brasil, como Globo e SBT, passaram a fazer pedidos de material de coletivas de imprensa, o que rendia algumas histórias bizarras.

Em 1992, o Extreme, bombadaço com a bregóide "More Than Words", veio para o Brasil para participar do Hollywood Rock — evento cujos direitos de imagem pertenciam à Globo. "O diretor de jornalismo do SBT me ligou pedindo material da coletiva, que tinha rolado no Maksoud Plaza", conta. Ele preparou às imagens, que foram exibidas em algum telejornal do canal do Silvão.

Claro, a Globo ficou putaça. "No dia seguinte, eu fui no hotel de novo e tava uma segurança! Os caras redobraram a segurança e não deixavam mais ninguém entrar com nada. Foi divertido!", conta dando risadas.

BIG BUSINESS

No começo dos anos 1990, o mercado de bootlegs tinha virado um grande negócio. Na Itália, a lei de direitos autorais era ultraflexível, colocando gravações ao vivo quase em domínio público. Qualquer pessoa poderia lançar trabalhos ao vivo de qualquer artista — bastava depositar em juízo um valor referente ao direito autoral. Assim, mesmo que um artista ou gravadora não quisesse lançar um disco ao vivo, a lei permitia que terceiros lançassem esses trabalhos sem a necessidade de qualquer autorização.

Isso permitiu que surgissem selos gigantescos, que lucravam alto. Um dos nomes mais conhecidos, a KTS tinha um prédio em Milão, com departamento de arte, estoque e estúdio para mixagem e masterização de gravações. Quando esses discos chegavam no Brasil, os bolsos choravam. No meio da década de 1990, enquanto um CD comum, comprado nas Lojas Americanas, saia, em média, por R$12, os importados nas galerias paulistanas podiam custar até R$ 60. Lembre-se: o salário mínimo em 1996 era de R$ 112.

A febre entre os fãs de bandas movimentava também a vida de Roberto. Colecionar bootlegs começava a ficar caro, e ele passou a comercializar a suas próprias gravações (além das gravações de TV). No começo dos anos 1990, ele investiu US$ 2.000 em um videocassete Panasonic AGW1, que convertia padrões de imagens de qualquer lugar do mundo. O equipamento era obrigatório entre bootlegers de todo o mundo.

Além disso, terceiros passaram a contratar Roberto para filmar shows que ele não estava planejando assistir. "Na verdade, eu pedia pras pessoas cobrirem os custos, algo como o valor do ingresso, estacionamento, gasolina e 'o lanche', nada mais. O filme, qualquer banda que fosse, sempre servia pra trocar no exterior, então esse era o meu lucro", diz.   

A fama dos bootlegs, claro, começou a chegar ao ouvido de artistas e gravadoras. Alguns até abraçaram a causa. O Metallica, durante a turnê do Black Album nos EUA, disponibilizava tomadas e espaço para tripés na primeira fila.

Sabendo disso, Roberto agiu rápido quando a banda tocou no Parque Antártica em 1993. Por meio de conhecidos nos EUA, conseguiu falar com o guitarrista Kirk Hammet em São Paulo e obteve autorização para fazer uma filmagem profissional do show. Tem um pedacinho dele no YouTube. Antes disso, o bootleger havia registrado o histórico show da banda em 1989 para meras 2 mil pessoas no Maracanãzinho.

Porém, ao contrário do Metallica, as gravadoras surtaram com o mercado de bootlegs. E logo, passaram a pressionar a Itália para que modificasse a sua lei. Nos EUA, carregamentos vindos da Europa com milhares de bootlegs eram apreendidos e destruídos. Até que, em 1995, a lei foi modificada na Itália, colocando um ponto final nos negócios dos selos locais. Reza a lenda que o dono da KTS se refugiou na Ásia. Roberto não sabe o paradeiro dele, mas afirma conhecer um outro dono de selo de bootlegs que mudou-se para a África do Sul.

O ponto final na febre dos bootlegs começou na virada do milênio e a chegada da internet, do MP3, dos sites de compartilhamento e das câmeras digitais. O que era raro e antigo começou a surgir de graça em formato digital. Enquanto isso, o poder de captação de novos shows tinha caído nas mãos de qualquer Zé Ruela com uma Canon PowerShot.  

FIM E RARIDADES

Foi também em 1995 que Roberto se aposentou. "A situação econômica da época era ruim e a loja que eu tinha não tava muito legal. Eu estava preocupado." O ponto de mudança ocorreu após o Monster of Rock de 1995. "Eu tinha filmado todos os shows e estava voltando para a casa e pensei: 'Chega, hoje foi meu último show'", diz. Depois disso, ele prestou concurso e hoje é funcionário público.

Há alguns anos, ele abriu um perfil no YouTube com pedacinhos de algumas de suas raridades - na descrição dos vídeos propõe trocas. Lá é possível ver que o cara registrou o show do Motörhead em São Paulo em 1992!

Outras gravações nem viram a luz do dia. Em 1995, Roberto registrou a primeira turnê solo de Slash em São Paulo. A gravação tem apenas meia hora porque nesse rolê ele foi flagrado pela segurança. A casa percebeu que ele estava com uma câmera embaixo de uma mesa no Olympia e chegou junto, impedindo que o resto fosse gravado. A outra única vez que deu bosta foi em 1991, no show do Deep Purple em Curitiba. Mas, naquela vez, ele perdeu apenas uma única música da banda.

Um show que quase foi registrado por ele foi a passagem do Guns n' Roses em São Paulo em 1992, que ficou conhecido como "show da chuva". Roberto estava no Anhembi, mas lembra que choveu tanto e por tanto tempo que ele começou a temer pela sua câmera. Antes mesmo de Axl Rose começar a se esgoelar, o bootleger já tinha vazado de lá.

DOCUMENTÁRIO

A história de Roberto e de outros bootlegers espalhados pelo mundo foi recontada no documentário Bootleg Cowboys - The Music Industry's Outlawn Historians. Lançada no começo do último mês de dezembro, a produção é totalmente independente e foi tocada por Gary Shurtleff, 47, um bootlegger aposentado da região de San Francisco, Califórnia.

Veja o documentário inteiro no YouTube.

O cara colocou US$ 20 mil do próprio bolso e saiu entrevistando bootleggers (tem gente de diversas cidades nos EUA, gente na Europa e na América do Sul) e artistas. Entre eles estão Dave Mustaine (Megadeth), Herman Rarebell (Scorpions 78-96), Andreas Kisser (Sepultura), Jay Bentley (Bad Religion) e Franklin Vanderbilt (batera do Lenny Kravitz).

O filme conta uma cacetada de causos que mostram como os bootleggers eram malucos e apaixonados pela arte de registrar shows. Gary, por exemplo, foi flagrado enquanto filmava o Nirvana na virada de 1991 para 1992 em San Francisco. A página do cara no YouTube tem alguns registros. O último deles foi uma apresentação do Pantera em San Jose (Califórnia) em 2001.  

No total, foram 250 shows registrados e outros tantos trocados. A dedicação pode parecer uma tentativa de ganhar uma grana em cima de uma indústria já milionária. Mas, na real, as ambições eram bem menores. Diz, Gary:  "A troca de fitas VHS foi o YouTube original!".

Ouça "Paradise" da Anohni, faixa-título de seu novo EP

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Depois do altamente elogiado e politicamente carregado  Hopelessness, lançado em 2016, a cantora britânica Anohni faz outra declaração assertiva com "Paradise", faixa título de seu novo EP que sai no dia 17 de março via Rough Trade Records. Produzido por Daniel Lopatin (Oneohtrix Point Never) e Hudson Mohawke, assim como  Hopelessness e o restante do EP, "Paradise" mostra Anohni sobre uma batida quase trap cantando sobre um mundo distópico.

Leia o restante da matéria no THUMP.

Assista ao clipe de "Quando Você Vem", novo som da Flora Matos

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Mais um single do disco de estreia da Flora Matos: depois de "Igual Manteiga", a rapper lança nesta quinta-feira (26) "Quando Você Vem", junto com um clipe, que você vê primeiro aqui no Noisey.

Diferente da vibes Jamaica e do beat de trap do Pedro Lotto do primeiro single, "Quando Você Vem" tem uma pegada soul/R&B e explora mais o lado mais love song da Flora. Além disso, a música é a primeira que a rapper lança com um beat totalmente produzido por ela mesma. "Tô me sentindo segura pra dar direção ao meu trabalho de forma cada dia mais independente, especialmente no que se trata da parte mais importante, que é música", disse Flora. "Quero construir as minhas músicas, por isso estou colocando meus beats pra jogo no meu disco."

O clipe é um making-of de um ensaio de fotos que a Flora fez pelas ruas de São Paulo. "Sugeri de transformar esse material em um clipe. Aí, semana passada liguei pra Leka, que gravou o vídeo, pra a gente editar esse material junto. Achei o conceito bonito pra caralho", explicou a rapper.

Sobre o disco, Flora diz que ele deve sair até abril desse ano e, como deu pra perceber nesse single novo, que ela tá se preocupando bastante em deixar a produção com a sua cara. "Os produtores Iuri Rio Branco e o Cesinha Pierri (o famoso CESRV) são meus atuais aliados nessa minha busca por produzir meu próprio som, respeitando cada dia mais a minha identidade no que se trata de produção musical. E tá sendo mágico", disse Flora. "Estou escrevendo em alguns beats do Iuri e apostando também em um menino novo chamado Willsbife. Talvez também use beats dele pra esse repertório. Estou respeitando o fato de que há produtores muito bons na cena que ainda não tem o reconhecimento merecido e pensando no que posso contribuir para que eles também possam ser ouvidos."

Assista ao clipe abaixo:

(Ainda rolou um live da OneRPM com a Flora nesta quinta. que você pode ver aqui e aqui).

Ande de skate de dedinho no novo clipe do Deb and The Mentals, "Bleeding"

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Depois de lançarem seu primeiro EP, Feel The Mantra, com quatro faixas em 2015, a banda paulistana Deb and The Mentals agora tá preparando o seu primeiro full album pra março deste ano. O disco vai se chamar Mess e vai contar com produção do Alexandre Capilé, o frontman do Water Rats. Nesta sexta-feira (27), o Noisey apresenta o primeiro single do álbum, "Bleeding", junto com um clipe, que está lá no player no final do post. 

Mantendo a pegada rápida e curta inspirado no grunge/skate-punk que o quarteto já trabalhou no seu EP, "Bleeding" ganhou um clipe "homenageando" aquela estética de vídeos de skate. Só que, no lugar de trazer pessoas andando em skates de verdade, o clipe traz um skate de dedo (o saudoso finger board) passando por vários lugares. 

"Quando eu era mais novo, teve uma febre de skate de dedo, e aí achei um desses perdido nas minhas coisas e pensei em fazer um vídeo toscão de skate de dedo nos moldes dos antigos da Thrasher e da marca Powell Peralta", disse Giuliano Di Martino, o baterista da Deb e também o diretor do clipe. "Ai, o Rapha da Lodo Boards (marca de skate e shapes que resgata muito bem toda essa atitude, estética e agressividade do skate-punk) se propôs a fazer o skatinho pra gente e nisso saí filmando em todo canto durante uns 6 meses." 

O clipe foi inteiro gravado por celular, bem tosqueira/faça-você-mesmo, e também foi todo editado pelo próprio Giuliano. Veja abaixo: 

Ficha técnica

Dirigido, produzido e editado por GG. Di Martino. ( http://ggdimartino.tumblr.com/ ) GG. Di Martino® | Rad Fingerboard por Lodo Boards: https://www.lodoboards.com/

A galera da Man Recordings soltou um EP de remixes de 'Baile Saboroso'

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Em setembro do ano passado, o carioca Omulu e o francês King Doudou caíram no gosto das pistas mundo afora com seu EP  Baile Saboroso, influenciado tanto pelo baile funk quanto pelos riddims jamaicanos e o grime. Alguns meses depois do lançamento do EP, seus companheiros de Man Recordings colocaram a mão na massa e produziram quatro remixes das duas faixas originais de  Baile Saboroso, colocando ainda mais fogo na pista de dança.

Leia o restante da matéria no THUMP

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